Com a saída de José Mauro Coelho da presidência da Petrobras, a companhia nomeou o diretor Fernando Borges para cargo interinamente, até que um novo nome seja aprovado para comandar a companhia. O escolhido do governo é Caio Maio Paes de Andrade, anunciado pelo governo no dia 23 de maio e indicado oficialmente no dia 9 de junho. Seu nome, porém, ainda precisa passar por todos os trâmites internos para que ele e outros indicados pelo governo assumam o comando da estatal.
O governo federal indicou oito novos nomes para compor o Conselho de Administração da Petrobras. Junto com José Mauro Coelho, outros sete integrantes do colegiado devem deixar a companhia. Sobrariam apenas três dos atuais integrantes. Porém, essa troca no conselho é feita em uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE), uma assembleia de acionistas, que ainda precisa ser marcada. Depois que for convocada pela Petrobras, essa reunião precisa acontecer em até 30 dias. Nesse encontro, o governo, como sócio majoritário, dita os rumos e aprova os nomes que precisa para o conselho.
Antes da assembleia ser marcada, porém, o governo precisa garantir que os nomes que indicou passem pela aprovação de comitês criados para proteger a companhia. Essa missão cabe hoje ao Comitê de Pessoas (Cope) ou, mais especificamente, pelo Comitê de Elegibilidade (Celeg), composto por cinco pessoas e que faz parte desse outro colegiado. Essa análise é feita após um levantamento profundo de dados sobre os indicados para saber se eles cumprem os requisitos para o cargo (background de covenants) e se possuem alguma conduta pretérita ou exposição que os desabone (background checking de integridade). Hoje, há questionamentos sobre Caio Paes de Andrade, em razão de ele não possuir experiência suficiente no setor de petróleo e gás. Contudo, o governo avalia ter maioria nesse conselho para conseguir garantir a aprovação nessa etapa e, assim, levar o nome de Andrade para a AGE. O governo crê ter três votos.
Uma vez levado à AGE, o nome de Caio Paes de Andrade será aprovado para compor o conselho, já que o governo é sócio majoritário da companhia e tem maior poder de voto. E, uma vez no conselho, ele poderá ser eleito por maioria para o cargo de presidente. Como o governo está indicando esses oito novos nomes para a função, entre os 11 que compõem o colegiado, não haveria dificuldades de aprovar o nome do escolhido nessa última etapa.
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