SENADO

Queiroga nega atraso em vacinação infantil e ainda decidirá sobre cloroquina

A senadores, ministro minimizou nota técnica que questiona eficácia das vacinas e recomenda tratamento ineficaz

Por Levy Guimarães
Publicado em 29 de março de 2022 | 18:11
 
 
 
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O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, negou as acusações de que o governo teria atuado para atrasar o início da vacinação para crianças de cinco a onze anos de idade no Brasil. Ele participou de uma audiência na Comissão de Direitos Humanos do Senado, nesta terça-feira (29).

No final de 2021, sete dias após a Anvisa liberar a vacina da Pfizer para o público infantil, o governo Jair Bolsonaro convocou uma consulta pública de 23 de dezembro a 2 de janeiro sobre a imunização para essa faixa etária. Críticos da decisão consideraram a consulta uma manobra para adiar o início da aplicação das doses.

“Não houve atraso de sequer um segundo em relação à vacina [infantil]. Nós já sabíamos quando essas vacinas iam ser disponibilizadas para a sociedade brasileira”, disse.

Segundo Queiroga, ao ser consultada pelo Ministério da Saúde, a Pfizer disse que teria apenas 20 milhões de doses para disponibilizar. O ministro argumenta que a pasta não consegue incorporar todos os medicamentos que são aprovados pela Anvisa.

“Quando eu falei que as vacinas aprovadas pela Anvisa são consideradas, elas não são de incorporação imediata no SUS – não só vacina, como diversos outros medicamentos. Não existe condição de se incorporarem todos os medicamentos, todos os equipamentos, todos os dispositivos aprovados pela Anvisa.”

Kit covid

Na mesma audiência, Marcelo Queiroga afirmou que ainda vai decidir sobre o parecer da Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias ao Sistema Único de Saúde) contrário ao chamado ‘kit covid’, que indica tratamento com remédios ineficazes como a hidroxicloroquina e a ivermectina.

O relatório foi rejeitado pelo secretário de Ciência, Inovação e Insumos Estratégicos da pasta, Hélio Angotti. Após um recurso, a decisão terá de ser tomada pelo ministro.

“Eu vou julgar dentro do prazo que a lei me confere essa nota técnica emitida à época pelo então secretário. Mas, para trazer um dado a mais, por exemplo: a Conitec, que tem a função de recomendar, decide com base em pareceres técnico-científicos, os quais absolutamente não são incontestáveis, e a Conitec pode ou não acatar o parecer técnico-científico que é submetido à análise”, disse Queiroga.

Além de não refutar o uso dos medicamentos, a nota editada por Hélio Angotti contestava a eficácia das vacinas contra a covid-19. Depois, o Ministério da Saúde retirou este trecho do texto.

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