Consumidor

Renegociação de dívidas bancárias alcança mais de 18 milhões de contratos

Senacon, Febraban, Banco Central, e Procons se mobilizaram em novembro do ano passado em um mutirão de negociação de dívidas e orientação financeira

Por FERNANDA VALENTE
Publicado em 19 de janeiro de 2022 | 08:00
 
 
 
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O último mutirão de negociação de dívidas, realizado em novembro, permitiu que mais de 1,7 milhão de contratos fossem repactuados. Com o resultado, a renegociação de dívidas no período da pandemia alcançou a marca de 18,7 milhões de contratos, com total de R$ 1,1 trilhão de saldo devedor renegociado.

Os dados foram divulgados neste mês pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), que atuaram também com o Banco Central e os Procons na mobilização do mutirão.  O índice de solução foi de 82,3%.

De acordo com a Senacon, o segmento com maior número de reclamação é o de bancos, instituições financeiras e administradoras de cartão. Eles representaram 80,6% do volume de dívida renegociada no mutirão. Em seguida, aparecem os setores de energia elétrica (5,6%), operadoras de telecomunicações (4,6%) e empresas de recuperação de crédito (3,5%).

Quando se trata dos assuntos mais reclamados, os principais foram: cartão de crédito, débito e/ou de loja (42,7%) e crédito pessoal e empréstimos (24,8%). 

A secretária Nacional do Consumidor Juliana Domingues explica que os temas demandam a atenção da área de monitoramento de mercado da Senacon. “A gente tem que dar atenção para esse tipo de produto, porque é um produto importante, dá acesso ao crédito do consumidor, mas esse acesso tem que ser responsável”, afirma.

As negociações puderam ser feitas em uma plataforma de resolução de conflitos do próprio governo (Consumidor.gov.br) e com os canais internos dos bancos. 

Entusiasta da parceria, Juliana Domingues considera que um dos motivos do alcance do mutirão foi a divulgação conjunta dos principais tópicos nos canais dos bancos. 

As campanhas do último ano também ganharam foco na educação financeira, um dos diferenciais do mutirão. Os devedores puderam se preparar melhor a partir de um site que ensinava o passo a passo da renegociação e tirava dúvidas básicas.

“A Secretaria fica muito em voga pelo eixo repressor. Quando nós aplicamos sanções para as instituições financeiras geralmente tem mais visibilidade do que nosso eixo preventivo, que é de educação para o consumo”, conta Juliana Domingues.  

A Febraban também liberou o acesso à nova plataforma de educação financeira, chamada Meu Bolso em Dia. “Levar orientação financeira ao consumidor é fundamental para que ele evite um endividamento de risco, [é importante para que ele] tenha mais informações sobre os produtos e serviços bancários e também melhore a sua saúde financeira”, afirma Amaury Oliva, diretor executivo de cidadania financeira e relações com o consumidor da Febraban.

O diretor defende que a renegociação de dívidas é boa para todos os setores num cenário de crise e crava que o “o superendividamento não interessa a ninguém”. “Não interessa ao consumidor, não interessa ao Estado e também não interessa aos bancos. Bancos querem uma relação sustentável com seus clientes”, afirma.

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