REPERCUSSÃO

Tebet diz que Lula terá tempo para se explicar, mas discorda sobre Venezuela

A ministra do Planejamento disse que ela e Lula compartilham dos mesmos valores da democracia, porém, tem visão diferente do petista sobre a questão da Venezuela

Por O TEMPO Brasília
Publicado em 30 de junho de 2023 | 11:22
 
 
 
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Um dia após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva relativizar o conceito de democracia e sair em defesa de Nicolás Maduro e não reconhecer que a Venezuela é uma ditadura, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, mostrou que tem visão diferente do petista.  

"Eu tenho uma visão particular sobre o governo da Venezuela, que é um governo que não respeita os direitos fundamentais, a liberdade de expressão, o direito do cidadão poder ir e vir, e poder fazer suas criticas ao governo", afirmou em entrevista à GloboNews nesta sexta-feira (30).  

Tebet tentou minimizar a declaração do petista ao dizer que desconhecia o contexto da fala do mandatário e que acredita que Lula vai ter tempo para se explicar o que quis dizer. Ainda assim, frisou que ela e o presidente da República compartilham da mesma visão de democracia.  

"Conhecendo não só a história do presidente Lula, mas o aquilo que ele determina hoje para os ministros, posso garantir que eu e o presidente Lula temos o mesmo conceito de democracia”.  

Para Simone Tebet, que é do MDB e foi candidato a Presidência da República na última eleição, “democracia é o direito de ir e vir, de ir às urnas, poder votar, direito do povo brasileiro poder se expressar, e, obviamente, poucas são as limitações em uma democracia” 

O presidente Lula disse, em entrevista à Rádio Gaúcha na última quinta-feira (29), que "a Venezuela tem mais eleições do que o Brasil. O conceito de democracia é relativo para você e para mim. Eu gosto de democracia, porque a democracia que me fez chegar à Presidência da República pela terceira vez". Por fim, sinalizou que quem quiser derrotar Nicolás Maduro que se torne candidato e o vença nas urnas.  

Em maio, o petista recebeu presidentes da América do Sul para um encontro em Brasília. Lula saiu em defesa de Maduro ao dizer que que as acusações de que a Venezuela é uma ditadura fazem parte de uma "narrativa".   

A declaração polêmica do petista causou constrangimento nos auxiliares. A Secretaria de Comunicação da Presidência fez silêncio sobre o episódio.  

Ainda assim, os conselhos para Lula maneirar o tom sobre a questão da Venezuela parece não ter surtido efeito. Ao participar do evento do Foro de São Paulo, na noite de ontem, Lula disse que tem orgulho de ser chamado de Comunista.  

"Eles [adversários] nos acusam de comunista achando que ficamos ofendidos com isso. Nós ficaríamos se chamassem de nazista, neofascista. Agora, comunista, isso não ofende. Isso nos orgulha".   

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