O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, apelou aos pais e responsáveis por crianças pequenas para vaciná-las neste domingo (7), em discurso durante o lançamento da campanha nacional de vacinação contra a poliomielite, em São Paulo. Queiroga disse que é urgente ampliar a vacinação e "inaceitável" que ainda haja pessoas com doenças evitáveis com imunizantes.
"É premente recuperar a cobertura, é a melhor forma de protegermos a nossa sociedade", disse o ministro. "Faço um apelo a todos os pais e mães, avós e avôs para que levem as crianças da sua família para as mais de 38 mil salas de vacinação do país. Não faltam vacinas, elas estão aí e elas só têm um dono: o povo brasileiro. Temos que imunizar 15 milhões de crianças contra a pólio", completou Queiroga.
A campanha de mobilização para recuperar a cobertura vacinal infantil começa na segunda-feira (8) e vai até o dia 9 de setembro. O Brasil não detecta casos de poliomielite desde 1989. Cinco anos depois, em 1994, recebeu da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) uma certificação de área livre de circulação do poliovírus selvagem, acompanhando todo o continente americano.
Segundo Queiroga, a queda da cobertura vacinal é um fenômeno mundial que foi agravado pela pandemia do coronavírus. A doença voltou a reaparecer em alguns países, o que acende o alerta no Brasil, onde não tem sido atingida a meta de 95% das crianças protegidas.
Em 2020, a pandemia de Covid-19 prejudicou as coberturas de diversas vacinas, e no caso do imunizante contra o poliovírus chegou a apenas 76,15% dos bebês. Em 2021, que ainda pode ter dados lançados no sistema, o percentual ficou em 69,9%, abaixo de 70% pela primeira vez desde que a vacina começou a integrar o PNI, em 2012.
O Programa Nacional de Imunização (PNI), que é de responsabilidade do governo federal, recomenda que as vacinas inativadas contra o vírus da pólio sejam administradas em três doses, aos 2, 4 e 6 meses de idade, conferindo uma imunidade que só é reforçada aos 15 meses e aos 4 anos, com as gotinhas da vacina oral.
A queda das coberturas vacinais no continente americano fez a Opas listar o Brasil e mais sete países da América Latina como áreas de alto risco para a volta da doença. O alerta ocorre em um ano em que o Malawi, na África, voltou a registrar um caso de poliovírus selvagem, e a cidade de Nova York, nos Estados Unidos, notificou um caso de poliomielite com paralisia em um adulto que não teria viajado para o exterior.
A infecção pelo poliovírus pode ser assintomática, mas em casos graves pode provocar paralisias irreversíveis e fatais. Isso porque, além dos membros, o vírus também pode paralisar os músculos responsáveis pela respiração. Nesses casos, a sobrevivência do paciente pode passar a depender do uso de um respirador.
Nesta campanha nacional de vacinação, aproximadamente 40 mil postos de vacinação estarão abertos para aplicar as doses das 18 vacinas que compõem o calendário nacional de vacinação da criança e do adolescente.
São elas: Hepatite A e B, Penta (DTP/Hib/Hep B), Pneumocócica 10 valente, VIP (Vacina Inativada Poliomielite), VRH (Vacina Rotavírus Humano), Meningocócica C (conjugada), VOP (Vacina Oral Poliomielite), Febre amarela, Tríplice viral (Sarampo, Rubéola, Caxumba), Tetraviral (Sarampo, Rubéola, Caxumba, Varicela), DTP (tríplice bacteriana), Varicela e HPV quadrivalente (Papilomavírus Humano).Estarão disponíveis para os adolescentes, as vacinas HPV, dT (dupla adulto), Febre amarela, Tríplice viral, Hepatite B, dTpa e Meningocócica ACWY (conjugada).
Todos os imunizantes que integram o PNI são seguros e estão registrados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Conforme o Ministério da Saúde, as vacinas contra a Covid-19 poderão ser administradas de maneira simultânea ou com qualquer intervalo com as demais do calendário nacional, em pessoas a partir dos 3 anos de idade.
(Com agências)
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