Polícia Federal

Grupos e partidos vão à Justiça para barrar posse de Ramagem na PF

MBL, PSOL e PDT já entraram com ações apontando desvio de finalidade na nomeação

Por Da Redação
Publicado em 28 de abril de 2020 | 12:05
 
 
 
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Grupos políticos e partidos que se opõem ao presidente Jair Bolsonaro entraram com ações na Justiça para tentar impedir a posse do nomeado para o comando da Polícia Federal, Alexandre Ramagem. Nos diversos pedidos eles basicamente apontam haver desvio de finalidade na nomeação do novo diretor geral da corporação.

Nesta terça-feira (28), data em que o nome de Ramagem foi confirmado, o coordenador do Movimento Brasil Livre (MBL), Rubinho Nunes, confirmou a distribuição de uma ação contra a posse. Ele não informou onde a ação foi protocolada.

"Acabo de distribuir uma ação contra o Presidente da República para barrar a nomeação de Ramagem como Diretor da PF.  Sua nomeação - para agir como lacaio do Bolsonaro - fere o princípio da finalidade, da impessoalidade e da moralidade", disse o coordenador do MBL.

Também na manhã desta terça-feira, o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ, confirmou ter entrado com um pedido na 13ª Vara da Justiça Federal no Distrito Federal para tentar barrar a iniciativa do presidente. "Não permitiremos que o presidente transforme a PF numa polícia política a serviço da família", disse ele.

"A entrega do comando da PF a Alexandre Ramagem, que chefiou a segurança de Bolsonaro em 2018 e é amigo íntimo da família, tem dois objetivos: perseguir adversários políticos e impedir que os crimes do clã sejam investigados. Já acionei a Justiça e vamos derrubar essa escolha", reclamou.

O PDT também tenta impedir Ramagem de assumir. Para isso, informou ter impetrado um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF). Uma das alegações que sustentam o mandado de segurança é a declaração do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro de que o presidente da República pretende interferir politicamente na PF aliada ao fato de que Ramagem tem ligações pessoais com o clã Bolsonaro.

Alexandre Ramagem, delegado da Polícia Federal, entrou para o rol auxiliares de confiança do Planalto com o apoio do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). Ao filho do presidente, é atribuída a nomeação de Ramagem para a Abin, em julho do ano passado.

A aproximação entre Carlos e Ramagem, delegado da PF desde 2005, ocorreu durante a campanha eleitoral, em 2018. Na época, o policial assumiu a coordenação da segurança de Bolsonaro após a facada sofrida pelo então candidato em Juiz de Fora (MG). Como chefe da Abin, Ramagem passou a frequentar o gabinete presidencial com frequência.

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