Covid-19

'Guedes não pode se comportar como se estivesse no BBB', diz presidente da CPI

Omar Aziz criticou fala do ministro da Economia sobre os chineses e afirmou que 'falar menos' não faz mal

Por Da Redação
Publicado em 28 de abril de 2021 | 09:47
 
 
 
normal

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, senador Omar Aziz (PSD-AM), criticou, na manhã desta quarta-feira (28), o ministro da Economia, Paulo Guedes, por declarações ofensivas à China no momento em que o país depende dos insumos dos asiáticos para produzir vacinas em território nacional. Em entrevista à CNN Brasil, o senador afirmou que o ministro não deveria opinar sobre o assunto, pois "entende tanto de vacina quanto ele entende de foguete" e que não pode achar que "está no Big Brother" e que é só pedir desculpas após "sair no paredão". Guedes pediu desculpas após dizer, em uma reunião que não sabia que estava sendo transmitida, que os chineses inventaram o vírus e, mesmo assim, os norte-americanos fizeram uma vacina mais eficaz.

"O IFA que nós precisamos para produzir a vacina vem da China. A quantidade de brasileiros que se vacinaram com a Coronavac é infinitamente superior às outras vacinas que nós temos aqui no Brasil, como a Astrazeneca, por exemplo. Então, ele dando uma declaração dessas é muito ruim, porque demonstra a falta de confiança naquilo que nós temos apostando, que é a vacina. Não é a primeira vez que nós temos problemas com um dos maiores parceiros comerciais que nós temos. Ao mesmo tempo que a pandemia está acontecendo nós temos um problema sério na parte econômica", afirmou, enfatizando que Guedes não entende do assunto.

"Vem o ministro da Fazenda que tecnicamente entende de vacina como eu entendo de foguete... pois Paulo Guedes não entende absolutamente nada de vacina para dizer se essa vaicna é boa ou não. Do que eu sabia ele é um economista. Ele não é, de jeito nenhum, um infectologista, um membro da comunidade científica que está analisando qual vacina é melhor ou não, e da um tiro numa relação com a China, que nos mantém os insumos para produzir a vacina no butantã", criticou, afirmando que Guedes parecia que estava em uma "conversa de butiquim".

Omar Aziz fez referência ao reality show da TV Globo para ironizar o pedido de desculpas de Guedes, horas após a divulgação da transmissão involuntária da reunião.

"Acho que ministro Paulo Guedes faz uma autocritica. Agora, o ministro Paulo Guedes ele não pode se comportar como se estivesse no Big Brother, que o cara faz uma besteira e depois sai do Big Brother, do paredão e vem pedir desculpa aqui fora. O ministro Paulo Guedes é uma referência, formador de opinião, não é uma pessoa qualquer no contexto da República brasileira e (precisa) se preservar e falar menos. Falar menos não faz mal para você", concluiu.

Omar Aziz também criticou, mais moderadamente, o ministro da Casa Civil, Luiz Ramos, que afirmou, na mesma reunião vazada, que tomou a vacina escondido por causa de Bolsonaro.

"Se eu fosse o ministro Ramos eu tomaria a vacina e mandava todo mundo me fotografar para dar exemplo para o Brasil. Um general do Exército se vacinando. Isso é importante, pois aquelas pessoas que sao contra a vacina seriam motivadas", afirmou.

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!