Entrevista à rádio Super

Guilherme Boulos sobre chapa Lula-Alckimin: 'péssimo sinal'

Pré-candidato do PSOL ao governo de SP, ele vê possibilidade de se repetir o episódio da articulação do impeachment de Dilma pelo então vice, Michel Temer

Por O TEMPO
Publicado em 03 de dezembro de 2021 | 20:54
 
 
 
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Pré-candidato ao governo de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL) criticou nesta sexta-feira (3) a possibilidade do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) — ele mantem conversas para se filiar ao PSD ou ao PSB — ser vice na chapa de Lula (PT) à presidência da República. Boulos concedeu entrevista ao programa Alerta Super, da rádio Super 91,7 FM.

“Eu acho isso um péssimo sinal. A especulação do Geraldo Alckmin como vice do Lula eu acredito que não vá se concretizar, mas ela não dá um bom sinal para quem quer mudar o Brasil”, disse. “Nós precisamos derrotar o Bolsonaro nas urnas, mas nós precisamos derrotar o projeto de governo dele: esse projeto que devolveu o Brasil ao mapa da fome, o projeto da fila do osso, o projeto de gente virando lixo pra comer”, acrescentou.

Segundo Boulos, a visão econômica de Bolsonaro e Alckmin são similares. Ele citou a reforma da Previdência, a reforma trabalhista e o corte de gastos públicos.

“O Geraldo Alckmin, do meu ponto de vista, embora tenha diferenças com o Bolsonaro, não está no campo autoritário de quem quer ditadura, ele representa essa mesma política econômica. Por isso eu acho que não dá pra juntar”, afirmou o integrante do PSOL.

“Além do que tem um elemento simbólico. Eu sou do Estado de São Paulo e conheço bem o Alckmin. Fui professor durante os governos dele. Professor só apanhava. Quando ia fazer manifestação era porrada. Salário baixíssimo, dos piores do país. Não tem plano de carreira, escolas desmontadas”, acrescentou.

Para Boulos, é preciso aprender com a história do Brasil. Ele deixou implícito que Alckmin poderia ser um dos articuladores de um eventual impeachment de Lula. “A Dilma foi derrubada por uma manobra, um golpe arquitetado pelo Temer com o Eduardo Cunha. O Temer era vice. É preciso aprender com essa história para não repetir os mesmos erros e situações. Acho uma ideia de péssimo gosto”, afirmou.

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