Igor Eto

Juventude e renovação

Político jovem ou experiente, o mundo exige novas práticas


Publicado em 14 de outubro de 2020 | 03:00
 
 
 
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Em nosso último encontro, recebi algumas mensagens que tratavam sobre a responsabilidade que os jovens têm de fazer a renovação da política nacional. A partir disso, me peguei pensando em algumas discussões que gostaria de trazer para nosso canal.

A importância de o jovem se envolver na política é indiscutível. Se já estabelecemos que a política é a arena na qual se discutem as divergências e os rumos da nossa sociedade, é fundamental sempre formar líderes que nos representem como cidadãos, cada vez mais preparados e alinhados com os desafios que o futuro nos reserva. Mais do que isso, precisamos criar um ambiente favorável para a formação desses jovens políticos.

Recordo-me com clareza do momento que disse aos meus pais que havia me filiado a um partido político. Sem nenhum histórico político na família, a reação deles foi de, no mínimo, espanto. Foi uma quebra de expectativa enorme. Afinal, o filho deles, que estava sendo treinado para ser um administrador de empresas, passaria a dividir seu tempo com discussões políticas.

Claro que, após muito diálogo, eles compreenderam as minhas escolhas e hoje são os meus maiores apoiadores. E o que trago para a discussão é justamente a importância de incentivarmos nossos jovens quando estes se mostrarem aptos para a prática política.

Não concordo que política deve ser uma atividade secundária nas nossas vidas. Entendo ser temerário vivermos exclusivamente dela, dada a sua transitoriedade e escrutínio popular periódico, mas quem trabalha com política deve tratar isso com o profissionalismo que qualquer profissão exige, pois estamos tratando da vida das pessoas, e isso não é pouca coisa.

Negar a política como um exercício profissional e tolher qualquer um de bem que se interesse por ela é caminho garantido para termos maus representantes no futuro. Se não estimulamos as pessoas de bem a entrar para a discussão política, só nos restará ser representados pelas pessoas ruins.

Passando adiante, frequentemente a renovação é confundida com a juventude. Entendo, mas, mais do que uma questão geracional, o que deve estar no foco do poder público é a renovação constante das práticas e das ideias políticas propostas e também da expectativa que as pessoas têm sobre os atos de seus representantes. Não porque as ideias vigentes sejam ruins, mas porque renovar e inovar é um processo natural de adaptação aos desafios propostos à nossa frente.

Oriundo da iniciativa privada, posso garantir que, nas empresas, inovar, renovar ideias e processos é um exercício constante, sob pena de acabar sendo ultrapassado por um concorrente e ser jogado para fora do mercado.

É preciso pensar fora da caixa, pois a administração pública hoje enfrenta desafios diferentes do que eram demandados há 20 ou 30 anos e é preciso acompanhar essa mudança. Se jovem ou experiente, o fato é que o mundo exige novas práticas e devemos praticá-las.

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