Eleições 2022

Kalil diz que Minas Gerais se tornou ‘a República do empresário’

Em crítica a Zema, o candidato ao governo de Minas aponta que o empresário “faz o que quer na mineração e no transporte público no estado

Por Gabriel Ferreira Borges
Publicado em 27 de julho de 2022 | 11:22
 
 
 
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Em ataque ao governador Romeu Zema (Novo), o candidato ao governo de Minas Gerais Alexandre Kalil (PSD) afirmou que o Estado de Minas Gerais se tornou “a República do empresário”. Para o ex-prefeito de Belo Horizonte, o empresário “faz o que quer” em setores como a mineração e o transporte público. O candidato foi sabatinado nesta quarta-feira (27) no Café com Política, do programa Super N 1ª Edição, da Rádio Super 91,7 FM.

Ao ser questionado sobre o transporte metropolitano, Kalil disse que enfrentará os gargalos do setor, assim como, segundo ele, fez em Belo Horizonte. “Ônibus com ar condicionado, ônibus com suspensão a ar, passagem congelada a R$ 4,50 por quatro anos. 'Ah, briga, morte e pau no Kalil, porque ele está tomando conta e brigando'. Muito bem. O problema foi enfrentado”, apontou o candidato.

O ex-prefeito questionou o que o governo Romeu Zema (Novo) fez pelo transporte metropolitano durante a pandemia de Covid-19. “Me falem um ato na pandemia do governo do Estado sobre transporte público metropolitano. Eu vou responder: zero, a não ser um aumento de 13%. E arrancaram ônibus à vontade e botaram o pessoal da Grande BH sacudindo em ônibus velho, caindo aos pedaços e sem fiscalização”, criticou.

Kalil ainda ironizou o subsídio ao transporte público aprovado pela Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH). “Essa Câmara, que está falando que eu dei R$ 220 milhões (para os empresários do transporte público), aprovou ad eternum R$ 267 milhões (em subsídio). Quando esses caras do Novo, essa bobageira do Novo, que não sabemos nem o nome, forem gritar que nós, na época da pandemia, adiantamos R$ 220 milhões, agora já aprovaram por unanimidade ad eternum R$ 267 milhões”, disse, ressaltando, porém, que não é contrário ao subsídio.

O ex-prefeito foi um dos alvos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da BHTrans, conduzida pela CMBH em 2021. Inclusive, o colegiado pediu o indiciamento de Kalil por suspeita de peculato, prevaricação, condescendência criminosa e infrações político-administrativas. Além de questionar a auditoria realizada pela Prefeitura de Belo Horizonte no contrato firmado entre o Município e as concessionárias em 2008, a CPI da BHTrans questionou o repasse de R$ 220 milhões feito às empresas a título de antecipação de vale-transporte.

Questionado, Kalil afirmou que uma eventual subvenção ao transporte público metropolitano deve ser estudado. “Foram quatro anos de luta, a gente estudando para saber (se ofereceria o subsídio às empresas de Belo Horizonte). O que não pode é abandonar. O que não pode é empresário de ônibus mandar em ônibus, dono de mineradora mandar em mineração. Isso que não pode”, concluiu.

A O TEMPO, a campanha de Zema afirmou que não irá comentar sobre assuntos eleitorais até o início da campanha. "O governador de Minas Gerais segue focado em recuperar os estragos deixados pela turma do Pimentel e PT em todas regiões do Estado", pontuou.

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