PBH

'Kalil tinha conhecimento de irregularidades na PBH', diz ex-chefe de gabinete

No entanto, Alberto Lage afirma que é complexo alegar que o prefeito participava, já que não era ordenador de despesas nos contratos suspeitos

Por Gabriel Ferreira Borges
Publicado em 05 de janeiro de 2022 | 11:24
 
 
 
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O ex-chefe de gabinete da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) Alberto Lage apontou que o prefeito Alexandre Kalil (PSD) apenas lhe mandava resolver os problemas da Administração Municipal. Quatro meses após deixar o Executivo, Lage concedeu entrevista, nesta quarta-feira (5), ao Café com Política, do Super N, na Rádio Super 91,7 FM. O ex-chefe de gabinete acusou o ex-secretário de Governo Adalclever Lopes de pressionar uma fornecedora da PBH a realizar uma pesquisa eleitoral de intenções de voto para o Governo de Minas, assim como de se utilizar de eventual candidatura de Kalil para arrecadar recursos para a própria campanha a deputado estadual por meio de caixa 2.

Questionado se Kalil teria, de fato, participado das supostas irregularidades, Lage respondeu que o chefe do Executivo tinha conhecimento. “O prefeito tinha conhecimento de que o Adalclever estava pressionando servidores da Prefeitura a buscar, por exemplo, pagar uma pesquisa eleitoral, que é o caso que relatei ao Conselho de Ética, e o prefeito tinha conhecimento de que existia uma resistência da BHTrans dizendo que a antecipação de vale-transporte era irregular”, referiu-se ao repasse de aproximadamente R$ 220 milhões feito pelo Município a título de vales-transportes antecipado às empresas de transporte coletivo urbano.

De acordo com o ex-chefe de gabinete, alegar que Kalil participava é “complexo”. “Porque ele não era ordenador de despesas em nenhum desses contratos. Quem ordenou despesas no contrato de antecipação de vale-transporte foi a (Secretaria de) Fazenda a pedido da BHTrans. Quem ordenava despesas no contrato de publicidade era Assuntos Institucionais e o fiscal do contrato era eu”, ponderou.

Lage acrescentou que, "em assuntos lícitos ou não", o prefeito nunca teria explicado o que fazer. "Foi uma relação tranquila. Inclusive, gostava de trabalhar com ele (Kalil). Era sempre: ‘Resolve’”, pontuou. “'Resolve', comigo, funcionava de uma maneira, e, com o Adalclever, de uma completamente diferente. Os limites do ‘resolve’, no caso. Mas ele nunca especificou o que era pra fazer, para quem pedir. Ele mandava resolver: 'Se vira'", concluiu.

A O TEMPO, a PBH pontua que não se manifestará. O Executivo apenas lembra que Kalil realizou uma notícia-crime contra Lage, pela qual o ex-chefe de gabinete responde na 3ª Delegacia da Polícia Civil, no Barro Preto.

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