Fórum Liberdade e Demorcracia

Kim Kataguiri critica colegas de primeiro mandato no Congresso Nacional

Deputado alertou que sociedade não pode ficar otimista com mudanças ocorridas no cenário nacional

Por Sávio Gabriel
Publicado em 23 de setembro de 2019 | 18:27
 
 
 
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Deputado federal de primeiro mandato por São Paulo e eleito na onda de renovação política que tomou conta do país nas últimas  eleições, Kim Kataguiri (DEM) alertou que a sociedade não pode ficar otimista com as mudanças ocorridas no cenário nacional. Em palestra durante o 10º Fórum Liberdade e Democracia, na tarde desta segunda-feira (23), o parlamentar disse que boa parte dos seus colegas de primeiro mandato “não têm ideia do que está fazendo lá, ou está fazendo besteira, ou está mal intencionado”.

O deputado referia-se a uma parcela de 17% dos novos parlamentares. Ele disse não ter esperanças de que a renovação dos assentos na Câmara Federal poderá trazer mudanças para o país. “Infelizmente a maior parte dos parlamentares, principalmente os novos, não sentaram a bunda na cadeira nas férias para estudar o regimento, para saber o que está acontecendo, e ficam lá perdidos”, disse, afirmando que muitos de seus colegas novatos na Câmara utilizam cargos comissionados para contratar cabos eleitorais.

O uso das redes sociais, prática que se tornou comum nos últimos anos, especialmente entre os deputados estreantes, também foi criticado pelo deputado. Ele disse que muitos colegas utilizam a rede social sem vinculação com o mandato político, “com um fim em si mesmo”. “Em vez de estar no plenário, atuando para virar voto e ganhar a votação, é a ‘bancada da live’, é o cara que fica (falando nas redes) que votou assim ou assado’”, disse, sendo taxativo ao dizer que “a maior parte dos deputados não lê o que vota”.

“Dos 513 parlamentares, 400 não leem. É fato. E desses 400, a maior parte é da renovação”, disse, afirmando que o debate qualificado, no Brasil, é feito por quem “vota em troca de propina, emenda ou cargo”, referindo-se aos deputados do centrão e aos parlamentares mais experientes na Câmara.

Bolsonaro
O deputado também voltou a criticar o presidente Jair Bolsonaro (PSL), afirmando que as pessoas não deveriam “se iludir com a renovação do Palácio do Planalto”. “Quando sai notícia que Bolsonaro deu cargo para Ciro Nogueira (senador) para viabilizar a indicação do Eduardo Bolsonaro (deputado federal e filho do presidente) à embaixada (dos Estados Unidos) no Senado, é verdade. Quando falam que a superintendência do Ibama nos 27 Estados estão sendo loteadas politicamente, é verdade”.

O deputado voltou a dizer que errou em apoiar Bolsonaro e estendeu as críticas aos filhos do presidente. “Tem cara que quer fechar o Parlamento e defende que de 1964 a 1985 foi democracia falando que é conservador. Isso não é ser conservador, mas sim revolucionário. É você ser mais parecido com Stalin (ex-líder comunista da União Soviética)”, disse, referindo-se ao vídeo que circulou em 2018 onde Eduardo Bolsonaro diz que para fechar o Supremo Tribunal Federal (STF) “basta um soldado e um cabo”. “Meu filho, bem vindo ao PCdoB. Isso não tem nada de liberal, nem de conservador”, ironizou. 

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