Sucessão

Lacerda procura um vice do interior para equilibrar chapa

Mais conhecido na região metropolitana, ex-prefeito de BH quer alguém que possa difundir seu nome

Por Fransciny Alves
Publicado em 14 de fevereiro de 2018 | 03:00
 
 
 
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O pré-candidato ao governo de Minas Gerais pelo PSB, Marcio Lacerda, já começou a procura por um nome para compor sua chapa nas eleições deste ano. A preferência do ex-prefeito de Belo Horizonte, segundo fontes do partido ouvidas pela reportagem, é que o candidato a vice tenha uma base consolidada no interior do Estado, para equilibrar a chapa. Isso porque o socialista é mais conhecido na região metropolitana da capital mineira. As conversas envolvem partidos como PDT e PSD. Com esse último, inclusive, o processo de negociação estaria mais adiantado.

No fim do ano passado, o PSD chegou a informar em reuniões partidárias que o deputado federal Jaime Martins, mais conhecido como Jaiminho, iria concorrer ao comando do Estado – até como uma estratégia da legenda para atrair mais nomes dispostos a lutar por vagas na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e na Câmara dos Deputados neste ano. No entanto, a sigla inicia agora a costura de um acordo com lideranças socialistas.

Além de Jaiminho, o deputado federal Marcos Montes (PSD) estaria sendo sondado na agremiação para compor a chapa encabeçada por Lacerda. Os dois parlamentares têm uma base coesa, principalmente no interior de Minas Gerais. Enquanto Jaiminho tem um trabalho mais concentrado na região Central do Estado, Montes possui mais aliados no Triângulo Mineiro.

Porém, de acordo com um interlocutor ligado ao processo de construção de candidatura, neste momento, Marcos Montes teria a preferência por parte do PSB para ocupar a vaga por ser de “mais fácil trato” e menos “cabeça-dura” que Jaiminho.

Os socialistas avaliam que um nome do interior vai ajudar a “balancear” a chapa, já que Marcio Lacerda tem um número maior de aliados na região metropolitana de Belo Horizonte. E, por mais que o ex-prefeito da capital mineira já tenha visitado cerca de 150 municípios, o entendimento é que esses encontros, por si sós, não são suficientes para fidelizar lideranças políticas e comunitárias.

“É como se a equipe dessa pessoa, desse vice, fosse preparar o terreno para a ida do Marcio até essas cidades. Até porque as visitas deles, por questão de logística, são mais rápidas. Não tem como ele ficar vários dias em somente uma cidade. Tendo um vice com base já coesa no interior, a chance de levar o nome e a boa gestão do Marcio para os mineiros é maior. Também vamos contar com apoio das bancadas do PSB em Brasília e na Assembleia para realizar esse trabalho pelo Estado”, explica um parlamentar socialista.

Internet

Rede. Como uma das táticas para se tornar mais popular, Marcio Lacerda também tem apostado nas redes sociais. Além de publicar viagens pelo Estado, ele tem registrado momentos pessoais. 

 

Dinis é cotado para o Senado

Outra movimentação do PSB em busca de aliados em Minas Gerais envolve a corrida eleitoral ao Senado. O partido já convidou o ex-presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) Dinis Pinheiro a deixar o PP e filiar-se à legenda. Como a coluna Aparte mostrou nos últimos dias, a pré-candidatura dele ao governo do Estado pelos progressistas não ganhou força, em especial por falta de alianças, e, por isso, o ex-deputado já estaria em conversas adiantadas com Lacerda.

O nome dele teria sido ventilado para ocupar o posto de vice na chapa do ex-prefeito de Belo Horizonte. Contudo, membros do PSB revelam que em pesquisas internas e em tratativas com correligionários ficou acertado que seria mais viável, para ambas as partes, uma candidatura ao Senado. Dinis também é “cortejado” pelo Solidariedade, sendo que as negociações abrangem a disputa por uma cadeira no Legislativo, em Brasília, e pelo Executivo.

“Por já ter sido presidente da Assembleia, ter andado por Minas nestes últimos tempos, o Dinis pode ajudar, e muito, a chapa do Lacerda. Ele é conhecido no interior e conseguiria sair e até vencer o Senado. Para uma candidatura ao governo, ele precisaria de mais força, principalmente política, um arco de alianças. E isso hoje ele não tem e também não há tempo para construir. Ele e o Marcio se dão bem, os dois se ajudariam. A chegada dele ao PSB agregaria muito na candidatura”, declarou um interlocutor socialista.

 

PSDB quer socialista com Rodrigo Pacheco

Nos bastidores da corrida eleitoral ao comando de Minas Gerais nas eleições deste ano há ainda quem queira que o ex-prefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda (PSB) desista da candidatura e se junte ao grupo que se classifica como de oposição ao atual governador do Estado, Fernando Pimentel (PT). No entanto, essa ala não tem um nome consolidado para a disputa.

Esse grupo, encabeçado pelo PSDB, espera que o nome do deputado federal Rodrigo Pacheco para as eleições ao Executivo estadual não se viabilize dentro do MDB e que ele migre para o DEM para concorrer à chefia da administração estadual. “Temos certeza de que isso vai ocorrer e queremos unir todas as forças dessa ala que se opõe ao desgoverno de Pimentel. Com o Marcio e o Dinis (Pinheiro) juntando-se a nós, venceríamos as eleições”, declarou um tucano, completando que poderia ser oferecida a Lacerda uma vaga para a corrida ao Senado.

No PSB, a opção é rechaçada por pessoas próximas do ex-prefeito. “Eles não têm candidato e querem desacreditar o nosso. Estamos firmes na candidatura do Marcio. O PSB vai ter um nome para o governo. Se eles, que estão perdidos, quiserem agregar à chapa, estamos prontos para conversas”, disse um socialista.

No páreo

Confira os nomes de possíveis pré-candidatos ao governo de Minas Gerais nas eleições deste ano:

PT. Fernando Pimentel, governador do Estado

PSB. Marcio Lacerda, ex-prefeito de Belo Horizonte

MDB. Rodrigo Pacheco, deputado federal. Mas ele pode, no próximo mês, filiar-se ao DEM para viabilizar sua candidatura ao comando do Palácio Tiradentes

PP. Dinis Pinheiro, ex-presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais

Novo. Romeu Zema, empresário

Rede. João Batista Mares Guia, sociólogo e ex-secretário de Educação de Minas Gerais

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