Laura Serrano

O impacto do excesso de impostos no seu Dia das Mães

Tributação de até 80%

Por Laura Serarano
Publicado em 22 de maio de 2023 | 07:00
 
 
 
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No contexto atual do Brasil, a discussão sobre a relação entre o excesso de Estado e o aumento de impostos tornou-se cada vez mais relevante. Atribui-se ao Estado uma série de responsabilidades e funções que certamente acabam gerando uma carga tributária elevada, destacando a necessidade de um debate sobre a eficiência da máquina estatal e a busca por uma carga tributária mais razoável e justa. Mas como o peso dos impostos afeta diretamente o bolso dos cidadãos brasileiros?

Neste mês em que comemoramos o Dia das Mães, quase 80% do preço do perfume de presente para sua mãe é imposto e foi para o governo. Ou seja, se você pagou R$ 100 no perfume da mamãe, o presente poderia ter saído por apenas R$ 20 caso não houvesse tributação. No caso dos relógios, a carga tributária é de cerca de 56% do preço pago na loja. Se você preferiu comprar uma bolsa de presente para sua mãe, mais de 40% do preço foi de imposto para o governo.

O Brasil possui um Estado inchado, com inúmeras atribuições que desviam o foco das prioridades. Esse excesso de Estado demanda recursos financeiros, que são obtidos principalmente através da tributação. Como resultado, o país possui uma das cargas tributárias mais altas do mundo, o que impacta diretamente a vida dos cidadãos. O aumento dos impostos se torna uma forma de financiar a máquina estatal, mas também pode ser reflexo de uma gestão ineficiente dos recursos públicos.

O aumento dos impostos afeta diretamente o bolso dos cidadãos brasileiros, limitando sua capacidade de consumo e investimento. A elevada carga tributária incide sobre diversos produtos e serviços, aumentando seus preços e reduzindo o poder de compra da população. Além disso, a tributação sobre a renda e o patrimônio também impacta negativamente a capacidade de acumulação de riqueza das famílias.

Outro ponto a ser destacado é a regressividade da carga tributária no Brasil. A tributação incide de forma mais pesada sobre os mais pobres, uma vez que os impostos indiretos que incidem sobre os produtos adquiridos e serviços contratados, como o ICMS e o ISS, representam uma parcela significativa da carga tributária total. Isso faz com que a tributação seja proporcionalmente mais pesada para quem possui menor renda, aumentando a desigualdade social.

Além do peso dos impostos, é importante ressaltar que o excesso de Estado também pode resultar em uma gestão ineficiente e no desperdício de recursos públicos. Muitas vezes, os altos impostos pagos pelos cidadãos não se traduzem em serviços públicos de qualidade, como saúde, educação, segurança e infraestrutura. Isso evidencia a necessidade de uma maior eficiência na aplicação dos recursos e um maior controle sobre os gastos estatais.


O peso dos impostos afeta diretamente o bolso dos cidadãos brasileiros, reduzindo sua capacidade de consumo e investimento. Isso não ocorre apenas no Dia das Mães, mas durante todo o ano. E, pior, reduz o poder de compra de produtos essenciais pela população, como é o caso, por exemplo, de alimentos e remédios que sofrem incidência de impostos. Além disso, a regressividade da carga tributária contribui para a desigualdade social, impactando os mais pobres de forma mais pesada.

A relação entre o excesso de Estado e o aumento de impostos no Brasil é um tema que merece atenção e que afeta o bolso dos cidadãos todos os dias. Nesse contexto, é fundamental avaliar a eficiência do governo e a importância do foco nos serviços públicos essenciais. Não é somente o presente de Dia das Mães que pode ficar mais barato, a comida na mesa das famílias também.

Laura Serarano é diretora geral da Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário (Arsae-MG) e mestre em economia

 

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