Desvios

Lista de Janot deixa políticos estressados 

Semana começa com expectativa pela revelação dos políticos que teriam participado do esquema


Publicado em 02 de março de 2015 | 03:00
 
 
 
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Brasília. A semana começa com o estresse dominando os bastidores da política brasileira. O motivo do sentimento batizado por alguns de “tensão pré-Janot” é que os nomes de parlamentares que apareceram nos depoimentos dos delatores da operação Lava Jato serão finalmente conhecidos a partir da lista que o procurador geral da República, Rodrigo Janot, irá entregar ao Supremo Tribunal Federal (STF).
 

Entre eles podem estar os dos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Renan Calheiros (PMDB-AL), respectivamente. Ambos negam as acusações.

Aguardada com ansiedade, a lista de Janot, como vem sendo chamada, deverá ser entregue ao STF nesta terça ou, no mais tardar, na quarta-feira. Neste domingo, o site “Congresso em Foco” citava que pelo menos 35 nomes são certos na relação do procurador geral da República. Um levantamento do jornal O TEMPO, com base em todas as citações feitas pelos delatores do esquema (veja ao lado) aponta pelo menos 36 políticos. Além de senadores, deputados, governadores e ex-ministros, há ainda lideranças políticas que atualmente não cumprem mandatos.

Considerado um dos principais delatores da Lava Jato, que revelou o esquema de corrupção na Petrobras, o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa revelou que entre 35 e 40 políticos teriam participado do esquema. As investigações podem chegar também aos nomes citados pelo doleiro Alberto Youssef, principal operador do esquema. Há algumas coincidências de nomes.

Conferência. O fim de semana foi de muito trabalho para o grupo de trabalho da Procuradoria Geral da República na conferência da relação e as acusações contra os políticos. A preocupação dos oito procuradores que integram o grupo de apoio a Rodrigo Janot tem sido checar todas as peças para que não haja nenhuma incoerência entre cada caso, já que todos os casos estão interligados.

Só no STF são 42 procedimentos, referentes aos fatos apurados com base nos depoimentos dos delatores. O número não coincide necessariamente com a quantidade de políticos citados no esquema. Em cada um dos procedimentos, Janot pode pedir abertura de inquéritos, oferecer denúncias ou ainda solicitar o arquivamento. A tendência é de que, na maior parte dos casos, a Procuradoria solicite a abertura de inquérito para que as investigações continuem.

Bastidores

“Sabe de nomes?”. Trote. 0No café dentro do plenário da Câmara e do Senado, tradicional área em que os parlamentares se reúnem durante as sessões, todos especulam quem aparecerá na lista de Janot e, em um movimento inverso ao corriqueiro, têm abordado jornalistas na expectativa de conseguir a confirmação dos nomes antecipadamente. “Sabe algum nome?”, “Sabe dizer se alguém já foi procurado?”, perguntavam aos repórteres.

Trote. Para aliviar a tensão, alguns faziam piada com a previsão de telefonemas, cartas ou e-mails da Procuradoria antecipando alguma a notícia. “Essa história de telefonar não vai dar certo porque vão começar a passar trote e aí vai ter muito cara infartando”, disse um parlamentar.

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