Lava Jato

Lula vai à PGR contra delegado

Advogados pedem apuração de suposto abuso de autoridade cometido por Igor Romário de Paula


Publicado em 13 de fevereiro de 2017 | 21:47
 
 
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Brasília. Os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva protocolaram representação para que o procurador geral da República, Rodrigo Janot, apure eventual abuso de autoridade por parte do delegado Igor Romário de Paula, que, em entrevista ao portal de notícias UOL no dia 27 de janeiro, afirmou que o “timing” para prender o líder petista pode surgir em 30 ou 60 dias.

De acordo com a defesa, houve violação dos direitos constitucionais de Lula, “comportamento que fere a ética e a responsabilidade institucional da Polícia Federal (PF)”. A nota distribuída pelos advogados do petista lembra que, na época da divulgação da entrevista, a mulher de Lula, a ex-primeira-dama Marisa Letícia, estava internada por causa de um AVC. “O arroubo midiático do delegado ignorou o estado de dona Marisa Letícia, em coma após o AVC que sofreu, um total desrespeito a sua condição. Registra-se que esse é mais um de vários abusos cometidos pela operação contra Lula e seus familiares”, afirmam os advogados.

A petição também diz que, em 2014, o delegado Igor de Paula fez campanha para o então candidato do PSDB a presidente, Aécio Neves. Além dos advogados de Lula, a representação também é assinada por outros profissionais do direito.

Na entrevista publicada pelo UOL, Igor de Paula é questionado sobre uma declaração dada por outro delegado, Maurício Moscardi Grillo, que, em entrevista à revista “Veja”, havia afirmado que a PF havia “perdido o timing” para prender o ex-presidente. “É complicado falar em perder timing. Os requisitos para uma prisão preventiva são bastante objetivos. Lá atrás, na fase 24 da Lava Jato, quando houve a representação do Ministério Público (pela condução coercitiva de Lula, em março), não existiam os requisitos para um pedido de prisão do ex-presidente. Não acho que a gente perdeu o timing. Esse timing pode ser daqui a 30 dias, a 60 dias. A investigação que envolve o ex-presidente Lula é muito ampla”, respondeu o delegado da Lava Jato.

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