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Manifestações de 7 de Setembro são oportunidade para Bolsonaro mostrar força

Presidente vai discursar em Brasília, pela manhã, e em São Paulo, na parte da tarde

Por Da redação
Publicado em 06 de setembro de 2021 | 21:35
 
 
 
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O presidente Jair Bolsonaro chega aos atos de apoio à sua gestão com o objetivo de mostrar força após sucessivas notícias negativas para o governo. Crise entre os Poderes, a alta da inflação e a crise energética se colocam como dificultadores para a reeleição em 2022.

De acordo com auxiliares, os atos de 7 de Setembro se converteram na oportunidade para Bolsonaro tentar mostrar que ainda consegue mobilizar as ruas. Um comparecimento aquém do desejado poderia impulsionar atos da oposição.

Por outro lado, caso seja bem-sucedido em se apresentar como um líder de massas, Bolsonaro espera sair das cordas diante do desgaste que se acumula no Judiciário, no Senado e, mais recentemente, entre líderes empresariais.

Na véspera do ato pró-governo, Bolsonaro se reuniu com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada durante a manhã. Horas mais tarde, embarcou em helicóptero para passeio que não estava previsto na sua agenda.

Apoiadores de Bolsonaro também levaram ontem à Esplanada dos Ministérios, cartazes de apoio ao governo. De acordo com aliados, o 7 de Setembro também é um caminho para que o presidente recupere o status de líder antissistema que marcou sua vitória em 2018.

Além do tamanho do público, as expectativas se concentram no teor do discurso de Bolsonaro. No dia, ele deve falar em duas ocasiões: primeiro em Brasília e, depois, na avenida Paulista, em São Paulo.

O conteúdo da fala de Bolsonaro tem sido tratado com sigilo por interlocutores, mas há uma expectativa de que “independência” seja um tema explorado na declaração em Brasília.
A previsão no Planalto é que, em São Paulo, o discurso dele seja mais duro. Apesar dos apelos por moderação, aliados estão céticos.

O presidente quer ainda usar a data para mostrar a unidade de seu gabinete. Na manhã desta terça há previsão de café da manhã no Palácio do Alvorada, seguido de solenidade de hasteamento da bandeira nacional.

Se o presidente discursar após essa cerimônia, quer contar com a imagem de políticos ao seu lado. Ministros e líderes no Congresso foram convidados, mas muitos devem faltar, seja porque estarão viajando, seja porque querem evitar a exposição.

Auxiliares do presidente, principalmente do núcleo político, tentam minimizar as declarações críticas de Bolsonaro nos últimos dias. 

A avaliação desse grupo – do qual fazem parte os ministros Ciro Nogueira (Casa Civil) e Flávia Arruda (Secretaria de Governo) – é que as críticas de Bolsonaro ao Judiciário está contaminando a relação do Planalto com o Senado e também ameaça minar o apoio ao governo no empresariado.

É no Senado onde o governo tem sofrido derrotas, sendo a mais amarga delas a rejeição de uma minirreforma trabalhista. A indicação de André Mendonça ao Supremo já bate recordes de espera para sabatina.

Em pronunciamentos nos últimos dias, Bolsonaro convocou os ministros a participarem dos atos, mas disse que se tiverem compromisso, não precisam desmarcar.

Atos separados apenas por 2 km

Sem o tradicional desfile cívico-militar por conta da pandemia de Covid-19, Brasília deve receber 16 grupos de manifestantes neste 7 de setembro. 

Desses, 13 são considerados favoráveis ao governo e de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. Os outros três são de opositores ao governo. Os dois atos terão início entre 8h e 9h da manhã e a concentração será separada por 2 km de distância.
 
As informações são da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, que não divulgou a estimativa do público esperado.

O ponto de encontro dos manifestantes pró-governo será na Biblioteca Nacional de Brasília. Eles ocuparão toda a Esplanada dos Ministérios, que abriga os prédios do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto, do Supremo Tribunal Federal (STF) e os ministérios. Quem estiver no ato contrário ao governo terá o espaço da Torre de TV, que fica próxima à Esplanada.

Haverá revista em quem estiver no perímetro definido para as manifestações. Está proibido o porte de objetos como arma de fogo, armas brancas ou réplicas, fogos de artifício, explosivos, garrafas de vidro, latas, mastros para bandeiras e cartazes, sprays, aerossóis e qualquer substância inflamável, incluindo álcool líquido. 

Também chegaram a Brasília caravanas de ônibus que saíram de Minas e, pelo menos, mais dez Estados: Goiás, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Mato Grosso, Tocantins, Bahia, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. 

Os hotéis da região central da cidade operam com lotação para receber os viajantes, de acordo com Associação Brasileira de Indústria de Hotéis do Distrito Federal. Os estabelecimentos tiveram quase 100% de reservas na véspera do feriado e 80% nesta terça-feira (7).

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