Eleições 2022

Marcelo Aro defende ideais do Novo e presidente da ALMG alinhado a Zema

Presidente do PP em Minas, ele será o candidato ao Senado na chapa do governador

Por Pedro Augusto Figueiredo
Publicado em 23 de julho de 2022 | 14:24
 
 
 
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O deputado federal Marcelo Aro (PP) foi indicado pelo Partido Novo para ser o candidato ao Senado na chapa do governador Romeu Zema (Novo). Em discurso na convenção da sigla na manhã deste sábado (23), ele defendeu propostas do programa liberal do Novo e buscou contornar eventuais resistências de integrantes do partido do governador à sua candidatura.

A candidatura, no entanto, também precisa ser confirmada pela convenção do PP que será realizada no dia 30 de julho. A aprovação será uma mera formalidade, já que Aro é o presidente do partido em Minas.

“Ontem à noite eu estava um pouco tenso de vir na convenção do Novo. Eu sei que é difícil para muitos aqui ter outra pessoa, de outro partido, neste palanque. Então lembrei de uma frase do papa João Paulo II, que ao ser questionado sobre Igreja Católica e a Igreja Evangélica, respondeu: aquilo que nos une é muito maior do que o que nos separa”, disse Marcelo Aro, que escolheu usar uma camisa laranja, cor do Partido Novo.

O deputado federal revelou que, quando aceitou o convite de Zema para ser candidato ao Senado, disse ao governador que precisaria do apoio do grupo político do Novo durante a campanha para conseguir se eleger.

Aro também pregou que, caso Zema seja reeleito, o governo trabalhe para eleger um aliado como presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). O governador é crítico ao atual presidente, Agostinho Patrus (PSD), que durante quatro anos não colocou em votação projetos considerados importantes pelo Palácio Tiradentes, como o Regime de Recuperação Fiscal.

“Nós próximos quatro anos vamos poder fazer tudo aquilo que nós sonhamos. Agora sim vamos eleger uma bancada forte do Novo e dos partidos aliados e não vamos cometer o mesmo erro. Vamos eleger um presidente da Assembleia que seja alinhado com o senhor para aprovar as pautas do governo”, discursou o candidato ao Senado, que foi aplaudido pelos presentes. Uma pessoa na plateia chegou a pedir a Aro que ele falasse qual seria o número dele nas urnas, pois queria votar nele.

O pai de Marcelo Aro é o deputado estadual Zé Guilherme (PP), que, nos bastidores da ALMG, é cotado como possível presidente da Casa a partir de 2023 se Zema for reeleito. “Quem falar de eleição para presidente da Assembleia, com o nome posto antes da eleição, no meio político a gente fala que isso dá a maior zica, um azar de todo tamanho. Jamais falaria sobre esse assunto agora”, disse Aro em entrevista à imprensa após o evento. 

“O governador vai eleger um número grande de deputados estaduais aliados e com certeza o nome do presidente da ALMG vai ser escolhido por ele dentro desse arco de alianças. Não tenho dúvida que ele fará maioria. Por isso, vamos eleger o presidente da ALMG e não tenho dúvida que nos próximos quatro anos o governador terá governabilidade e conseguirá aprovar todas as pautas que não conseguiu aprovar na atual gestão”, concluiu.

Defesa das propostas do Partido Novo

Marcelo Aro entrou na política ao se eleger vereador de Belo Horizonte nas eleições municipais de 2012. Em 2014, ele foi eleito deputado federal e, em 2018, foi reeleito para o cargo.

Na convenção, Aro disse que no começo da vida pública em 2012 defendia os mesmos ideais que o Partido Novo, como a não utilização de verba indenizatória. Mas, após chegar à Câmara dos Deputados, declarou que precisou fazer o que chamou de política partidária.

“Cheguei lá com 513 deputados. Olhei para um lado, olhei para o outro, cheguei lá sozinho, sem apoio de um prefeito. Falei: ‘o que eu vou fazer aqui’? E ali eu tive que escolher trilhar o caminho de política partidária. Que pena que não tinha o Partido Novo para eu olhar para o lado e falar: ‘vem comigo’. Tive que fazer política partidária, mas não me arrependo porque acho que nós temos que jogar com as camisas que nos dão. E eu joguei”, afirmou Marcelo Aro.

De acordo com o candidato ao Senado, o PP tem a mesma pauta do Partido Novo em relação às propostas necessárias para mudar Minas Gerais.

“Sou um cara que defende as privatizações. Precisamos privatizar a Cemig e a Codemig”, disse Marcelo Aro. “Precisamos diminuir a máquina pública. Precisamos, sim, tirar as regalias. Nós lutamos pelos mesmos ideais. Concordamos em tudo? Não, normal. Por isso somos de partidos diferentes. Mas tenho certeza que juntos podemos fazer mais”.

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