Eleições 2018

MDB é alvo de cobiça em Minas

Crise no comando da sigla pode favorecer aliança com PT ou com PSB de Lacerda

Por Bernardo Miranda
Publicado em 14 de julho de 2018 | 03:00
 
 
 
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A crise que anuncia uma iminente mudança no comando do MDB de Minas Gerais reanimou pré-candidatos ao governo de Minas que ainda acreditam na possibilidade de contar com o apoio do partido. Além do PT, que insiste em uma reaproximação, o ex-prefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda (PSB) já mira em negociações com emedebistas.

Os deputados das bancadas federal e estadual do MDB que, de forma unânime, lideram o movimento para retirada do atual presidente estadual do MDB, o vice-governador Antônio Andrade, afirmam que a ação é uma forma de garantir que a sigla tenha candidatura própria. Porém, com pouco tempo para fortalecer um nome na disputa ao Palácio da Liberdade, há apostas que indicam que o caminho do partido seria buscar alianças com um nome competitivo.

“Hoje eu te digo que o MDB já considera apoiar o Lacerda. O partido rompeu com o PT, é um inimigo histórico do PSDB e não há clima para que a legenda apoie Rodrigo Pacheco (DEM), depois de ele ser quase expulso de lá”, disse um interlocutor ligado à campanha de Marcio Lacerda, lembrando que Pacheco deixou o MDB para ser candidato antes de o partido brigar com o PT.

Um dos trunfos para atrair o MDB seria a vaga para o Senado na chapa de Marcio Lacerda. “Nós somos uma das poucas chapas competitivas que ainda não têm nomes fortes para disputar o Senado Federal. Temos essa vaga livre, que poderia ser ocupada por um nome do MDB”, afirmou.

Já do lado petista, a esperança para trazer o MDB de volta ao arco de alianças em torno de Fernando Pimentel (PT) é a coligação proporcional. Isso porque, sem coligar com o PT, o MDB teria dificuldades para conseguir manter o número de deputados que tem atualmente. Hoje, o partido possui 13 deputados estaduais e cinco federais. Um parlamentar petista afirmou que com Antônio Andrade fora, é mais fácil fazer a reaproximação de Pimentel com o presidente da Assembleia Legislativa de Minas, Adalclever Lopes, que hoje é o favorito para ser o indicado do MDB em caso de candidatura própria. Ele destaca que seria mais fácil negociar uma aliança proporcional entre as duas legendas. “Eles (deputados do MDB) não querem arriscar ficarem sem seus mandatos”, disse.

Já o líder do governo Pimentel, Durval Ângelo (PT), é mais cauteloso sobre uma reaproximação. “Ainda é cedo para avaliar a amplitude dessa decisão. Os cenários de hoje apontam para candidatura própria do MDB ou a retomada da aliança com o PT, em busca da reeleição de Pimentel”, disse o deputado.

Durval afirmou que, com esse cenário, a certeza é que o MDB se afasta de uma possível aliança com o PSDB de Antonio Anastasia, e também com o deputado Rodrigo Pacheco (DEM). “A certeza é que, se a mudança de comando for confirmada no MDB, o partido se mantém em Minas no espectro da centro-esquerda”, disse.

Intervenção

Questão de tempo. Os deputados mineiros do MDB afirmam que a mudança de comando no partido já foi definida pelo presidente nacional do MDB, Romero Jucá, mas ainda não publicada.

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