Em jantar com empresários

Me mudarei para África se Bolsonaro perder, diz presidente da Caixa

Pedro Guimarães sempre aparece ao lado do presidente nos eventos do Palácio do Planalto e nas lives semanais do mandatário

Por Agências
Publicado em 01 de abril de 2022 | 18:14
 
 
 
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O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, afirmou que irá se mudar para a África caso o presidente Jair Bolsonaro (PL) não seja reeleito no pleito deste ano, segundo a coluna da Bela Megale, no jornal O Globo. De acordo com a colunista, a fala teria ocorrido na noite da última quarta-feira (30) durante um jantar promovido pelo grupo Esfera Brasil.

"Afirmo com toda a tranquilidade a vocês. Daqui a um ou cinco anos vou pra Uganda, Ruanda, Tanzânia? Uma coisa que não tenho dúvida nenhuma: se não for o presidente Bolsonaro [no comando], game over. Por quê? A Caixa, durante anos, era o paraíso do Carnaval em Salvador [com patrocínio], montando aquela festa toda. Por isso, muitas coisas não andavam, isso eu vi", teria dito Guimarães, que sempre aparece ao lado do presidente nos eventos do Palácio do Planalto e nas lives semanais do mandatário.

O jantar, que contava com aproximadamente 30 empresários, teve a presença de Daniela Marques, secretária especial do Ministério da Economia.

Guimarães também teria apontado "ingenuidade" daqueles que acham que a Caixa não voltaria a ser o que anteriormente era "com qualquer presidente que não seja Bolsonaro".

Como exemplo, o presidente do banco citou três vezes o nome do ex-deputado Geddel Vieira Lima, ex-vice presidente da Caixa entre 2011 e 2013. Em 2017, a Polícia Federal encontrou R$ 51 milhões no apartamento do ex-parlamentar, que acabou sendo preso.

À época, a acusação apontou ligações de Geddel com um esquema criminoso, supostamente operado pelo ex-parlamentar, que realizava desvios da Caixa.

"O cara que menos mandava na Caixa era o presidente. Quem mandava? O cara que botou o cara lá, o vice-presidente que 'achou' 51 milhões de reais em notas na casa da mãe dele", disparou Guimarães no jantar.

No encontro, o presidente do banco argumentou que alterou 11 dos 12 vice-presidentes da Caixa quando assumiu a presidência e ainda afirmou o desejo de superar o Banco do Brasil em alguns anos, inclusive, com o domínio na área do agronegócio.

Apesar dos planos, no entanto, a colunista do jornal apontou que Guimarães teria informado no jantar que os planos estariam em risco caso Bolsonaro perdesse as eleições, e que os cargos dentro da empresa voltariam a ser divididos entre as legendas partidárias.

A reportagem tenta contato com a Caixa para comentar as declarações. Em caso de retorno, a matéria será atualizada com o posicionamento do banco. (Folhapress)
 

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