A situação do aeroporto Carlos Prates, na região Noroeste de Belo Horizonte, foi discutida ontem na Câmara dos Deputados, e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) garantiu que o espaço é seguro. “Nós desenvolvemos os regulamentos que devem ser cumpridos pelos aeroportos e as avaliações de riscos deles, o que inclui fiscalizações in loco. E as informações que temos hoje é que não há uma necessidade de impor uma restrição do ponto de vista de segurança operacional lá”, disse o representante do órgão na audiência pública, Giovano Palma, gerente de Certificação e Segurança Operacional da Superintendência de Infraestrutura Aeroportuária.
Ele também pontuou que são feitas fiscalizações em aeroclubes e escolas de aviação. Segundo Palma, há cinco anos o país não registra um acidente na aviação regular, e, por conta dos indicadores, é possível afirmar que “voar hoje no Brasil é seguro”. Representantes dos moradores da região destacaram que a insegurança permanece, porque desde 2005 já foram registrados oito acidentes no entorno. Eles pedem o fechamento do espaço.
Mas isso não está nos planos da União, já que o Carlos Prates, juntamente com outros cinco aeroportos, faz parte da sétima rodada de concessão para a iniciativa privada, em 2022. Além de moradores, a intenção foi criticada pelo autor da audiência, Rogério Correia (PT-MG). Ele defende que o espaço fique sob a responsabilidade da Prefeitura de Belo Horizonte e a operação seja feita em outro local. “É fundamental que o povo da cidade faça uma mobilização para que aquela área fique sob o poder do município, e não nas mãos da iniciativa privada por 25 anos”, disse. Ele defende que as possibilidades de uso devem ser definidas pela comunidade.