Construída em meio a uma divisão interna do partido, a campanha de Nilmário Miranda (PT) à Prefeitura de Belo Horizonte está pouco combativa, na avaliação de caciques petistas ouvidos pela coluna. A reclamação tem sido geral e já se fala em reforçar a chapa de vereadores na cidade para o partido não “ficar sem nada”.
O esperado era que, por Nilmário ser um quadro antigo da sigla e ter o respaldo da direção nacional da agremiação, ele defenderia o PT com mais empenho. E, além disso, iria criticar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de forma mais contundente para tentar polarizar a disputa pela PBH.
Contudo, o inverso aconteceu na leitura desses interlocutores: a campanha não está empolgando a militância e não tem conseguido fazer a legenda ser a principal voz da esqueda na capital mineira. “Estamos esperando o Nilmário iniciar uma campanha que denuncie e demarque com o bolsonarismo na cidade, para esquentar a militância e mostrar o PT”, resumiu uma fonte.
Segundo outro político da sigla ouvido pela coluna, a tática eleitoral foi “toda errada” pelo fato de a candidatura ter sido uma imposição do PT em Brasília, sem consultar a militância e lideranças, que atuam nos movimentos e têm votos na cidade. A ideia de parte de legenda era fazer uma construção de esquerda, com PSOL, PCdoB, PCB, UP e setores do PDT e PSB.
“Uma chapa de esquerda para polarizar as eleições contra o bolsonarismo e tentar segundo turno. Agora, é preciso apostar que o eleitor petista mesmo votando útil no (Alexandre) Kalil ou Áurea (Carolina), continue com nossas vereadoras e vereadores”, desabafou a fonte.