Mudanças?

Centrão intensifica a cobrança por saída de Weintraub do Ministério da Educação

Ele é um dos ministros do núcleo ideológico do presidente com quem o Parlamento tem mais dificuldade de lidar e conta com antipatia dentro do próprio governo

Por Fransciny Alves
Publicado em 05 de junho de 2020 | 11:52
 
 
 
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Os parlamentares do chamado centrão, maior grupo do Legislativo, têm enviando recados mais duros ao governo federal de que é preciso trocar o ministro da Educação, Abraham Weintraub, o quanto antes. O movimento se intensificou após surgir rumores, nesta semana, que o chefe da pasta iria pedir para sair. Ele é um dos ministros do núcleo ideológico do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) com quem o Parlamento tem mais dificuldade de lidar.

A avaliação do políticos é de que conseguiram a queda do mais “difícil”, o ex-juiz Sergio Moro que comandava o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Por isso, acreditam que a saída de Weintraub pode ser conquistada de forma mais simples, uma vez que ele tem se “embolado” sozinho, por defender a prisão de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), ser alvo de inquérito por racismo na Corte e tecnicamente apresentar falhas no comando da pasta.

O ministro nunca teve diálogo com o Congresso por criticar a classe política e constantemente discutir com os parlamentares. Ele só conta com apoio do grupo mais radical, comandado pelos filhos do presidente. E os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), nem mesmo o recebe. O centrão avalia que Bolsonaro vai ser acabar acatando a ideia para não ter pautas empacadas no Legislativo e não ver andar o processo de impeachment.

Soma-se a isso o fato de que dentro do próprio Palácio do Planalto, o ministro da Educação conseguiu angariar a antipatia de importantes frentes do Executivo, como da área econômica. Ele é visto como uma peça que traz mais problemas do que solução.

Um líder confidenciou ainda que o centrão trabalha para que essa saída de Weintraub ocorra e, depois, os olhos devem se voltar para Damares Alves, a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos. Também membro do núcleo ideológico, ela tem feito com que líderes percam a paciência com as declarações polêmicas dela e a postura radical.

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