Máscara no queixo que nada, no Palácio do Planalto informalmente já foi normalizada a dispensa total dela. Quando se chega na sede do governo federal, isso já fica evidente: nem todas as recepcionistas e seguranças utilizam o adereço.
Isso tem chamado a atenção de alguns visitantes. Enquanto isso, diversos servidores têm entrado e saído do prédio sem nenhuma preocupação com o objeto. A maioria dos ministros que visitam o Planalto segue o mesmo entendimento sobre o item.
Nesta segunda-feira (9), não foi diferente. O presidente Jair Bolsonaro e a primeira-dama, Michelle, abraçaram diversas pessoas, inclusive algumas que tentaram se desvencilhar, durante a entrega de homenagens na solenidade do programa Pátria Voluntária.
O desprezo com o uso do equipamento que ajuda a evitar a proliferação do coronavírus é uma constante do governo Bolsonaro desde o início da pandemia, em março deste ano. O presidente já disse que a eficácia da máscara é “quase nula”.
A fala contraria o que diz toda classe médica e científica, com base em estudos. Em agosto, o Congresso derrubou o veto de Bolsonaro ao texto que obriga a população a usar máscaras enquanto durar o estado de calamidade pública em função da pandemia da Covid-19.
É lei, mas depende...
No Distrito Federal, o uso do item de proteção é obrigatório em áreas públicas desde o dia 30 de abril. Caso contrário, o cidadão está sujeito a multa de R$ 2.000 e pode responder pelo crime de infração de medida sanitária, cuja pena pode chegar a um ano de prisão.
No entanto, por diversas vezes, o presidente fez aparições públicas, inclusive em manifestações antidemocráticas, sem o uso do equipamento.