O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), decidiu instalar no Legislativo uma comissão externa na Casa para acompanhar e fiscalizar o acordo entre Vale e o governo de Minas Gerais em relação à tragédia do rompimento da barragem em Brumadinho. O requerimento havia sido feito pelo deputado federal Rogério Correia (PT). Ele, inclusive, é quem será o coordenador do colegiado. 

Ainda integram a comissão, que não vai ter ônus para a Casa outros sete parlamentares mineiros: André Janones (Avante), Áurea Carolina (PSOL), Gilberto Abramo (Republicanos), Júlio Delgado (PSB), Padre João (PT), Patrus Ananias (PT), Vilson da Fetaemg (PSB) e Zé Vitor (PL). Os trabalhos vão ser iniciados nesta terça-feira (24). 

A avalanche de lama que atingiu comunidades da cidade da região metropolitana de Belo Horizonte, em janeiro do ano passado, ceifou 270 vidas, sendo que 11 vítimas permanecem desaparecidas.

Relator da CPI de Brumadinho no Legislativo, Correia questionava a exclusão dos atingidos na negociação e por isso pediu a criação do grupo. No último dia 17, familiares das vítimas se reuniram em frente ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), em Belo Horizonte, reivindicando participação direta nas discussões do acordo. Durante audiência, Estado, instituições jurídicas e Vale não chegaram a um consenso. 

O governo de Minas reivindicou R$ 54 bilhões, mas a mineradora ofereceu cerca de R$ 21 bilhões. O secretário geral do Estado, Mateus Simões, diz que essa quantia foi recusada, mas que, neste momento, está sendo discutido o formato do acordo para depois tratar sobre valores. Nova audiência foi marcada para 9 de dezembro.

Já de olho nessa data, o petista diz que os parlamentares correm contra o tempo. “Dia 9 de dezembro tem uma nova audiência marcada pelo TJMG e temos pressa. Vamos marcar reuniões com os integrantes da tentativa de acordo, assim como requisitar documentos. Também vamos acompanhar ações da Assembleia Legislativo, onde tramita até uma solicitação de CPI”, afirmou.