A bancada do MDB no Senado decidiu, na tarde desta quarta-feira (16), que vai ter candidatura própria para a presidência da Casa. O nome, no entanto, ainda não foi definido. Com isso, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), indicado pelo atual presidente do Legislativo, Davi Alcolumbre (DEM-AP), vai ter uma vida mais difícil nessa disputa.
"A bancada do MDB decidiu pelo consenso interno, comprometendo-se a dialogar com todas as bancadas, para apresentar um candidato único do partido para a sucessão da Presidência do Senado, na próxima eleição da Mesa. Essa decisão reflete a força e a unidade do MDB”, diz nota divulgada pela bancada.
Os emedebistas formam a maior bancada da Casa, com 13 nomes, e têm o desejo de retomar ao comando do Senado. A agremiação tem cargos importantes com a União, o que garante o apoio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Não por menos, a maioria dos que já se colocaram à disposição para disputar o pleito possui cargos de liderança.
São eles: o líder da bancada, Eduardo Braga (AM); o líder do governo no Congresso, Eduardo Gomes (TO); e o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (PE). Quem foge dessa linha é a presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC), Simone Tebet (MS), que tenta encorpar a candidatura. No entanto, ela ainda não ganhou força por avaliarem que “faz barulho demais”.
A escolha do DEM pelo nome de Pacheco passa pelo fato de Alcolumbre procurar alguém com boa relação com o governo, mas com perfil independente, apaziguador e que tenha um bom trânsito com parlamentares de direita e esquerda. Além disso, por ser líder do Democratas na Casa, Pacheco ocupa uma posição de bastante proximidade do amapaense.
O mineiro conseguiu, na última terça-feira (15), a sinalização de apoio do PSD. A legenda tinha levantado a possibilidade de lançar Antonio Anastasia (MG) para a corrida, mas indicou que pode dar força para o nome de Pacheco se ele conseguir aglutinar os pares, o que passaria por essa definição do MDB. O PP segue o mesmo caminho e parte do PSDB também já mostrou simpatia a ele.
Com essa decisão do MDB, o jogo muda. A avaliação ainda é de que os emedebistas vão definir os rumos do partido, mais precisamente o nome de quem vai concorrer, em cima da hora. A aposta é de que, por se tratar de uma bancada dividida entre o grupo de Renan Calheiros (AL) e de Tebet, o importante é conseguir o apoio de parte dela.
O grupo de Alcolumbre entende que somente isso seria suficiente, principalmente porque as lideranças do DEM não querem a classificação de que Pacheco é o “candidato do governo”. Mas, sim, independente. Essa é a última semana de negociações deste ano. A partir da semana que vem, os parlamentares devem entrar de “folga” e as negociações voltam a todo vapor já na primeira semana de janeiro. A eleição para a nova Mesa Diretora do Senado ocorre em fevereiro do ano que vem.