Entrevista com Tiago Mitraud, deputado federal (Novo)
A reforma da Previdência apresentada pelo governo ainda precisa de ajuste?
O texto está muito bom, já atende várias das necessidades que acreditamos, mas ainda estudamos eventuais melhorias, como a equiparação da idade mínima para o regime privado e a antecipação do fim do regime especial para aposentadoria para políticos já nesta legislatura. O texto atual prevê essa mudança só para a próxima legislatura. São dois pontos em que já vamos apresentar alterações, além de eventualmente algum outro que ainda está sendo estudado.
Você está cotado para a Comissão de Educação. Qual a sua visão? Apoia o projeto Escola sem Partido?
Vai ser batido o martelo na semana que vem, mas está inclinado para isso. O que temos que trabalhar é a melhoria do ensino básico, como alfabetização, primeira infância, acompanhamento das redes estaduais, enfim, vários temas para o ensino básico brasileiro, que, infelizmente, é muito ruim e não tem recebido muita atenção. Quanto ao Escola sem Partido, não sou favorável. Entendo que há casos, sim, de professores que passam temas de forma enviesada, mas não acho que resolveremos isso com um projeto de lei. Já temos leis demais regulamentando questões do nosso dia. Particularmente acredito que, nesses casos, tem que ser debatido com a própria rede escolar. Em caso de exagero, que esse professor seja investigado e responsabilizado. As normas da educação já preveem que o conteúdo deve ser passado pelo professor de forma imparcial.
Deputados têm subido o tom contra o governador Zema. O que tem achado?
É natural isso. Não esperávamos ter 100% do apoio dos deputados, mas não vamos pautar nossa atuação para ficar respondendo toda e qualquer crítica que aconteça, até porque muitas delas têm mais o objetivo de fazer posicionamento político do que levantar uma dúvida relevante ou uma crítica justificada. O que temos que buscar fazer é esclarecer as críticas e as dúvidas.