PSB no Congresso discorda de decisão de ‘abandonar’ Delgado para PBH

Parte da bancada do PSB no Congresso Nacional, em Brasília, se mostrou incomodada com o tratamento que o deputado federal Júlio Delgado recebeu da sigla durante as negociações para a Prefeitura de Belo Horizonte nas eleições deste ano. Mais uma vez, a legenda “abandonou” um dos seus no apagar das luzes por conta de acordos nacionais. E essa “maldição” parece perdurar na legenda (veja abaixo).

A análise de bastidores foi de que, desde o ano passado, Delgado já havia comunicado o partido o desejo de concorrer ao comando da capital mineira, ganhou o aval, e investiu tempo e dinheiro em negociações e estudos. No entanto, na última terça-feira (15), o PSB decidiu apoiar o nome do deputado estadual João Vítor Xavier (Cidadania) para a PBH. 

Publicamente, Delgado tem dito que foi uma decisão amistosa que levou em conta vários fatores, como a pulverização de candidatos que tirava a competitividade dele e a falta de verba partidária para os que iriam concorrer cadeiras na Câmara Municipal. No entanto, nos bastidores a leitura é de que, mais uma vez, o PSB “traiu” um filiado.  

A sina

Em 2016, o partido desistiu de última hora de lançar o empresário e hoje vice-governador Paulo Brant (Novo) para a chefia da capital mineira e apoiou Délio Malheiros, que acabou ficando em quinto lugar. O ex-prefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda foi um dos que cuidou dessa questão e, dois anos depois, o jogo virou contra ele. 

Mas o desamparo com Júlio Delgado pegou todos de surpresa pela boa relação que ele tem com o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira. A coluna conversou com membros da bancada da legenda no Congresso que avaliam que essa “prática” do PSB pode resultar em perdas de nomes em eleições futuras e mostra como é difícil confiar nos dirigentes. 

“O que fizeram com o Júlio é inadmissível. Era só ser bem claro e falar: ‘Olha, não vai ter como a gente bancar isso aqui’. Mas não, o PSB prefere mais uma vez se prestar a esse papel de abandonar os seus de última hora. Fica um constrangimento enorme porque isso virou foi prática”, resumiu uma fonte.