Reunião para analisar expulsão de Aécio está cercada de mistério

Imprevisibilidade. É assim que os tucanos resumem o clima para a reunião de hoje da executiva nacional do PSDB, em Brasília, que vai discutir e votar a representação que pede a expulsão do deputado federal Aécio Neves da legenda. Apoiadores do ex-governador de Minas Gerais já preparam falas favoráveis a ele, concentrando-se no fato de que, pelo estatuto da agremiação, um filiado somente pode ser expulso se o caso for transitado em julgado, ou seja, quando não cabe mais recurso. 

No entanto, os tucanos ainda não sabem se o deputado federal Celso Sabino (PA), que é relator da denúncia contra o parlamentar protocolada pelo diretório municipal do partido em São Paulo, vai se ater ao que diz o estatuto ou fará uma avaliação sobre a repercussão das denúncias contra o mineiro. Antes de a direção da sigla deliberar sobre o tema, Sabino vai apresentar o relatório. Na prática, o político vai pontuar se os critérios básicos para a apresentação do requerimento foram cumpridos e se os elementos da acusação são suficientes. 

A partir disso, vai ser possível ter um indicativo do resultado da reunião. Após a fala de Sabino, a comissão executiva vai debater e decidir se o caso de Aécio deve ser levado ou não para o conselho de ética do PSDB. Se o entendimento for de que não é necessário, o deputado fica livre desse pedido de expulsão. Mas na fila já vai entrar outra solicitação, movida pelo diretório estadual do partido em São Paulo. Aécio deve comparecer à reunião, mas não é esperado que ele se manifeste.