Tem havido muitas reclamações sobre a dificuldade do governo federal de articular e conversar com as bancadas e os parlamentares no Congresso. Você tem sentido isso? Como o Avante tem se posicionado?

Acho que há uma desarticulação do governo. É necessário o entrosamento entre o Congresso e o Executivo para que as coisas andem. O governo não tem um interlocutor que resolva essa relação entre Parlamento e Executivo. A gente viu a reforma da Previdência chegar à CCJ sem ninguém do governo ter ido lá e defendido, pedido urgência para o presidente do colegiado. Enfim, é uma desarticulação até mesmo no dia a dia.

A reforma da Previdência vai conseguir ser aprovada ainda neste ano? Como tem sido sua avaliação sobre o texto?

A reforma da Previdência é extremamente importante que seja aprovada. É muito importante para o país. Tem alguns pontos que a gente já chegou a um consenso, que os líderes do partido acordaram que vamos retirar do projeto, como é a questão rural e do BPC. Agora, são ajustes pontuais a serem feitos, mas temos que fazer a reforma, é uma questão de sobrevivência, não é uma coisa de governo, é pelo bem do Brasil.

Minas está quebrada, e sua viabilidade passa por renegociações de dívidas em Brasília. Como tem sido o contato do governo Romeu Zema com a bancada mineira? Há avanços na relação entre o Estado e os deputados de Minas?

Temos que dar um voto de confiança aos governos. Pelo fato de ele ter pouca experiência e por ter sido surpreendido com essa tragédia em Minas logo no início, deu um pouco de desestabilidade ao governo. Mas temos só três meses de governo, temos que dar um pouco de voto de confiança, pros dois, inclusive. Mas é uma situação complexa, o Estado está quebrado, se não houver gerencia do governo, não vai dar. Por isso a reforma da Previdência é importante também, até para equalizar a situação dos Estados.