Em visita a Brasília nesta terça-feira (2), o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), aproveitou para participar de um vídeo em que deputados bolsonaristas elogiam ele por não ter assinado juntamente com outros governadores uma carta de repúdio ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O mineiro disse no vídeo que “atacar é muito fácil”.
O vídeo foi publicado pelo deputado estadual Bruno Engler (PSL). Ao lado do deputado federal Cabo Junio Amaral (PSL), eles parabenizaram Zema por decidir “não criar picuinhas”. “Estamos procurando resolver problemas. Atacar é muito fácil. O que nós queremos é vacinar o mineiro o quanto antes e estamos aqui em Brasília correndo atrás das vacinas”, disse o gestor mineiro.
Zema se reuniu com Bolsonaro, nesta terça-feira, no Palácio do Planalto, um dia após decidir não apoiar carta escrita por 18 governadores repudiando o fato de o presidente e o governo federal divulgarem nas redes sociais repasses bilionários obrigatórios da União aos Estados como se fossem recursos extras depositados para combater à Covid-19.
O político do Novo foi o único da região Sudeste a não assinar o documento que ganhou até mesmo as assinaturas de aliados de Bolsonaro. Entre eles, os governadores de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), e do Paraná, Ratinho Junior (PSD), e o governador interino do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PSC). Essa não é a primeira vez que ele deixar de assinar uma carta conjunta.
Além do encontro com Bolsonaro, Zema visitou com outros 18 chefes de Estados o laboratório da União Química, que pediu à Anvisa liberação para o uso emergencial da vacina Sputnik V para 10 milhões de doses contra o coronavírus. Ele também participou de encontro com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), para tratar sobre a pandemia.
Motivo
Questionada na segunda-feira (1º) pelo motivo de Zema não assinar a carta, a assessoria de imprensa do governo de Minas disse que ele “acredita que o momento é de união em torno de soluções no combate à pandemia, com a aceleração do processo de vacinação e o financiamento dos leitos de UTI”.
Ainda segundo a nota, o governador entende que “embates políticos devem ficar em segundo plano, com foco na solução de problemas”. Não é a primeira vez que o mineiro deixa de assinar cartas contrárias ao governo Bolsonaro, isso no começo já causou, inclusive, o desconforto entre outros chefes do Executivo.