O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) apresentou uma solicitação à Justiça para que seja efetuada a quebra de sigilo de dados do ex-deputado federal Jean Wyllys (PT) e a remoção de uma publicação feita por ele, em suas redes sociais, na qual ele chamou o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), de "gay com homofobia internalizada". Esta publicação gerou uma reação por parte de Leite, que acionou o MP contra Wyllys por homofobia.
A decisão acerca do pedido do Ministério Público caberá à Justiça. Caso acolha o pedido, o promotor David Medina da Silva solicitou a imposição de uma multa diária no valor de R$ 100 mil, que seria aplicada caso Wyllys não cumpra a medida.
Neste semana, os dois protagonizaram uma discussão nas redes sociais. O confronto aconteceu após Wyllys atacar Leite sobre a decisão do governo do RS de manter as escolas cívico-militares, após o governo federal decidir pela descontinuidade do projeto.
Em comentário no Twitter, Wyllys sugeriu que a decisão poderia ser relacionada a "fetiches".
"Que governadores heteros de direita e extrema-direita fizessem isso já era esperado. Mas de um gay...? Se bem que gays com homofobia internalizada em geral desenvolvem libido e fetiches em relação ao autoritarismo e aos uniformes; se for branco e rico então... Tá feio, bee!", disse Wyllys na publicação.
Também na quinta, Eduardo Leite lembrou que entrou com representações no Ministério Público contra Roberto Jefferson, que disparou ataques homofóbicos a ele, e fez uma interpelação judicial a Jair Bolsonaro que, como presidente, foi ao Rio Grande do Sul e fez insinuações "de mal gosto".
Segundo o governador, "não interessa se é da direita ou da esquerda, não interessa a cor da bandeira que carrega, o que importa é que homofobia, preconceito, discriminação não podem ser tolerados".