Novo líder de Zema na ALMG diz que divergências com governo estão superadas

Oficializado como líder de governo nesta quinta-feira (25), conforme antecipou O TEMPO, o deputado Raul Belém (PSC) assume a liderança da base de Romeu Zema (Novo) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) mesmo após uma postura crítica ao governador. O parlamentar, que já integrava a base de governo na Casa, chegou a questionar um dos programas lançados por Zema em 2019, o Transforma Minas, alegando haver falta de transparência. Apesar disso, o deputado diz que as discordâncias foram resolvidas e ressalta que a prioridade é a aprovação da reforma da Previdência.

“Acredito que isso está muito bem resolvido por ambas as partes, ou então não teriam nem me convidado. Da minha parte, continuo com minhas convicções. É claro que o governo, com a abertura de diálogo, sempre que foi questionado por mim, se prontificou a esclarecer”, pontuou o deputado, ressaltando que divergências são normais e que o importante é o diálogo. “Isso é natural. Seria estranho se todo mundo votasse como vaquinha de presépio”.

Além disso, há pouco mais de três meses, em meio à crise política que levou à saída do antigo líder governista, Luiz Humberto Carneiro (PSDB), o PSC também cogitou deixar a base de apoio a Zema. O mesmo aconteceu em fevereiro, durante a reorganização dos blocos na ALMG. No entanto, diante da possibilidade de inviabilizar a existência do grupo de apoio ao governo, o PSC foi convencido pelo PSDB a voltar atrás e permanecer na base. Na época, a leitura dentro do PSC era de que a base de governo havia ruído e que, para ajudar o Estado, não necessariamente a sigla precisaria estar no grupo de apoio a Romeu Zema

“Os acontecimentos são muito rápidos. Tem coisas que a gente não espera. Em relação ao PSC, estou conversando com os companheiros de partido, mas vejo que, desde a nomeação do atual secretário de governo, Igor Eto (Novo) houve um início de diálogo com a Casa muito positivo. Não só com o PSC, mas com todos os partidos”, ponderou Raul Belém, destacando que conversou com os membros do partido sobre assumir a liderança. “Vejo que o partido está extremamente tranquilo com essa posição, até porque já faz parte da base. E a questão de deixar o grupo de apoio já havia sido superada no começo do ano”.

O convite, segundo Raul Belém, foi feito pelo secretário Igor Eto na última terça-feira (23). “Conversamos sobre todos os desafios do momento, e que o governo está contando com o apoio dos deputados. Posteriormente, recebi o convite”.

Reforma da Previdência

A prioridade do novo líder de governo será convencer os deputados a aprovarem a reforma da Previdência enviada pelo governador Romeu Zema. Em especial, de articular para que as alíquotas – que pela proposta variam de 13% a 19% - sejam aprovadas até o fim de julho. “A minha ideia é conversar individualmente com cada um. Sei que as comissões vão fazer audiências públicas, mas na conversa com os deputados vamos ter um sentimento e um retorno do que estão pensando”, disse o novo líder, reforçando que a reforma é necessária para Minas.

Um dos pontos mais criticados pelos deputados desde o início da gestão de Romeu Zema é a articulação política com o Parlamento. Para superar esse entrave, que é reconhecido pelos próprios membros da base de governo, o novo líder ressaltou a importância do diálogo. “Acho que o diálogo é a coisa mais importante de tudo, e é a grande necessidade que os deputados têm, de compreender o governo. E o governo (tem a necessidade) de compreender a Casa”.

“Vejo grande boa vontade para que isso aconteça. Meu desafio é ter toda a paciência, o equilíbrio e a disponibilidade de conversar com cada deputado, independente de ideologia”, reforçou Raul Belém.