Vereador investigado

Polícia mira Gabriel Monteiro em operação sobre vídeo íntimo com adolescente

Segundo depoimento de assessores, o vereador do Rio de Janeiro costumava fazer orgias na casa dele com meninas que tinham menos de 18 anos e deixavam a propriedade em prantos

Por Renato Alves
Publicado em 07 de abril de 2022 | 08:25
 
 
 
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O vereador carioca, youtuber e ex-PM Gabriel Monteiro (PL) é alvo de uma operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro nesta quinta-feira (7). Agentes buscam provas sobre o vazamento de um vídeo íntimo do político fazendo sexo com uma adolescente de 15 anos. A selfie foi compartilhada no Twitter e no WhatsApp.

A Justiça do estado do Rio de Janeiro expediu mandados de busca e apreensão contra Gabriel e outras seis pessoas, entre assessores e ex-funcionários dele. Não há mandados de prisão. 

Entre os endereços visitados pelos policiais estão a casa do vereador, em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, e o gabinete dele na Câmara de Vereadores, no Centro do Rio de Janeiro.

Gabriel também enfrenta uma representação na Câmara Municipal do Rio por conta do vazamento do vídeo com a adolescente e de acusações, feitas por assessores e ex-funcionários, de assédios moral e sexual, agressões e uso indevido de servidores. Ele pode perder o mandato.

Segundo depoimento de assessores, Gabriel Monteiro costumava fazer orgias na casa dele com meninas que tinham menos de 18 anos. De acordo com uma das testemnunhas, algumas vezes ele chegou na casa do vereador e o encontrou “virado” de festas, com meninas saindo de lá chorando, aparentando terem sido vítimas de estupro.

Gabriel pode responder por distribuir material pornográfico envolvendo menores (Artigo 241-A do Estatuto da Criança e do Adolescente). A pena chega a seis anos de prisão mais multa.

Processo de cassação anda rápido na Câmara

Nesta quarta-feira (6), a Mesa Diretora da Câmara de Vereadores encaminhou a representação contra Gabriel Monteiro para a Comissão de Constituição e Justiça da Casa.

Na terça (5), o Conselho de Ética da Câmara decidiu por unanimidade abrir a representação — foram sete votos a zero.

Gabriel, que é ex-policial militar e ganhou notoriedade e muito dinheiro com vídeos de ações contra violência, também ficou conhecido por não comparecer à Câmara de Vereadores.

Vereador fatura R$ 300 mil por mês só com as postagens no Youtube

Em depoimento na última terça-feira (5), seis servidores ou ex-funcionários do vereador afirmaram que, embora fossem lotados na Câmara como assessores parlamentares, tinham como base de trabalho a residência de Monteiro, na Barra da Tijuca, chamada por eles de "QG".

No local, o grupo atuava produzindo vídeos para os canais e perfis do vereador em redes como Tiktok, Youtube, Twitter, Instagram e Facebook.

Um dos ex-funcionários do parlamentar revelou aos agentes que ele chega a faturar R$ 300 mil por mês só com as postagens feitas no Youtube.

Ex-funcionários dizem que, além dos assédios sexual e moral, denunciaram que os vídeos de Gabriel eram forjados, submetendo pessoas simples, muitos miseráveis, a constrangimentos.  

O Ministério Público do Rio abriu um inquérito para apurar se o político cometeu improbidade administrativa ao usar o dinheiro público em benefício particular.

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