Os herdeiros da princesa Isabel de Orleans e Bragança devem, ao menos num primeiro momento, rejeitar pagamento de indenização pelo confisco do Palácio de Isabel – hoje chamado de Palácio Guanabara – que ocorreu em 1894 e é alvo de uma disputa judicial desde 1895. Em entrevista exclusiva ao O TEMPO e rádio SUPER, o empresário Luiz Philippe de Orleans e Bragança afirmou que o correto é a União devolver o palácio para a família.
“Se for uma questão de indenização, não sei se vale a pena, porque a família está muito grande, muito extensa. Vai ser migalha para cada um. Se fosse inteiramente meu faria uma entidade como patrimônio nacional e amplificar nossa cultura e história”, afirmou o deputado federal eleito por São Paulo na eleição deste ano.
Não há proposta na ação – até agora - para pagamento de indenização aos familiares de Isabel. Levantamento da reportagem, no entanto, mostra três opções viáveis. Em 1864, quando comprou o palácio, Isabel e seu marido, conde d'Eu, pagaram 300 contos de réis, o que equivale a R$ 36,9 milhões. Mas se levarmos em conta o valor do metro quadrado do local, o pagamento aumenta.
Apenas de área construída são 5.740 metros quadrados. Cada metro quadrado no bairro Laranjeiras, no Rio, sai em média por R$ 13 mil, o que custaria R$ 74,6 milhões ao governo federal. Mas se uma possível indenização levar em conta o tamanho do terreno, os Orleans e Bragança receberiam R$ 507 milhões, porque o terreno do palácio tem 39 mil metros quadrados.
Luiz Philippe Orleans e Bragança, no entanto, defende que a União devolva o palácio. “Toda família tem direito a propriedade privada. Se ela é confiscada pelo Estado ou qualquer outra entidade, ela tem que ser restabelecida. Aqui no Brasil estamos falando em um caso que demora mais de cem anos”, afirmou.
Utilidade
Orleans e Bragança aproveitou para alfinetar o governo. Para ele, não se faz um bom trabalho para proteger patrimônio nacional.
“Eu vejo o palácio como patrimônio nacional. Então o que a família vai decidir? Se vai manter como patrimônio nacional e fazer daquilo uma entidade filantrópica para que todos possam ter essa experiência. Talvez seja isso”, disse.