Levantamento

Quase 60% dos eleitores de Zema votariam nele de novo

Em um eventual 2º turno, prefeito herdaria metade dos votos da terceira via

Por Pedro Augusto Figueiredo
Publicado em 09 de dezembro de 2021 | 05:00
 
 
 
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Cruzamento de dados da quarta rodada da pesquisa DATATEMPO mostra que 59,5% dos entrevistados que declararam ter votado em Romeu Zema (Novo) no segundo turno de 2018 repetiriam o voto no governador em 2022. O recall de Zema é superior, por exemplo, ao de Jair Bolsonaro (PL). O TEMPO mostrou ontem que 42,8% dos eleitores do presidente no segundo turno das últimas eleições votariam nele novamente no ano que vem. 

“Esse recall pode estar associado à crença de um bom desempenho de Zema. Esses eleitores estão satisfeitos com o governo atual e provavelmente vão reforçar seu voto em 2022 no governador”, avalia a cientista política Audrey Dias, coordenadora do instituto DATATEMPO. 

O cruzamento indica que o fato de Antonio Anastasia (PSD) ser do mesmo partido e aliado de Alexandre Kalil (PSD) não favorece a migração dos votos do ex-governador para o prefeito de Belo Horizonte, pelo menos neste momento. 

Os votos de Anastasia ao governo de Minas em 2018 estão divididos: 32,4% afirmam que agora votariam em Kalil, e 29,7% dizem que vão escolher Zema no primeiro turno das próximas eleições. 

Já 22,8% dos eleitores de Anastasia preferem migrar para uma das candidaturas da terceira via: Rodrigo Pacheco (PSD), Reginaldo Lopes (PT), Áurea Carolina (PSOL) e Paulo Brant (PSDB). 

Mudança 

A pesquisa também mediu a migração dos votos do primeiro turno em 2022 para um segundo turno entre Zema e Kalil. De forma geral, os eleitores repetem o voto – 94,7% no caso de Kalil e 93,5% no de Zema. 

Nesse cenário, porém, o prefeito herdaria metade dos votos da terceira via. Vale destacar que durante a campanha essa transferência de votos pode aumentar, já que Kalil deve ter apoio expresso do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que, ao que tudo indica, não vai disputar o governo, já que é pré-candidato à Presidência. 

Além disso, a pré-campanha de Kalil voltou a flertar com uma aliança com Lula e o PT, nem que seja em um eventual segundo turno, o que poderia ajudar a atrair votos da esquerda em geral. Articulador político do prefeito, Adalclever Lopes se reuniu com o ex-presidente recentemente em São Paulo. 

Para Audrey, o importante neste momento para Kalil é conquistar votos, independentemente da origem deles. “Ele precisa conquistar os votos da terceira via, bem como de quem ainda não sabe em quem vai votar e também os que hoje estão sendo atribuídos a Romeu Zema”. 

Audrey vê espaço para Kalil tirar votos do governador. “Mesmo entre aqueles que hoje avaliam o governo como muito bom ou bom, 39,3% poderiam votar em Kalil ou votariam com certeza nele, o que mostra que há margem para se converter votos do adversário”, conclui. 

Governador tem desempenho melhor entre os mais ricos 

Em novembro, o governo estadual e a gestão de Romeu Zema seguem bem avaliados, com os indicadores praticamente inalterados desde julho. “Esta é a vantagem do incumbente: ele detém recursos e prerrogativas que tornam suas realizações mais visíveis e conhecidas”, explica a cientista política Audrey Dias. “Além disso, diferentemente de Bolsonaro, o governo dele não foi marcado por conflitos e tensões, nem graves crises políticas”, conclui. 

O melhor desempenho do governador é na parcela mais rica da população: a média geral de 60,8% de aprovação salta 10 pontos, para 70,8%, quando o recorte é eleitor com renda superior a dez salários mínimos. 

Dados

A pesquisa DATATEMPO realizou 1.404 entrevistas em todas as regiões do Estado entre os dias 26 de novembro e 1 de dezembro. A margem de erro é de 2,62% e o nível de confiança é de 95%. Por causa de arredondamentos, as somas podem ser maiores ou menores que 100%. 

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