Reginaldo Lopes

Tiradentes e o bicentenário da Independência

Forças democráticas e patrióticas em defesa da soberania

Por Reginaldo Lopes
Publicado em 26 de abril de 2022 | 03:00
 
 
 
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Em 21 de abril, o Brasil homenageia um dos seus filhos mais ilustres: o alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, mártir da Conjuração Mineira. Nesta data, há 230 anos, ele foi enforcado em praça pública pela Coroa Portuguesa, como forma de reprimir as ideias republicanas, anticolonialistas e libertárias daqueles que passaram para a história como os inconfidentes. Poetas, padres, militares e comerciantes que conspiraram pelos caminhos das Minas Gerais sonhando com a libertação do Brasil.

A frase célebre de Tiradentes – “Se todos quisessem, poderíamos fazer do Brasil uma grande nação” – tornou-se o prenúncio de uma tarefa não cumprida. Somente três décadas após sua execução, a luta do inconfidente pela constituição de uma país autônomo logrou êxito com a Independência em 1822.

Ao completar o bicentenário, refletir sobre a vida e as ideias de Tiradentes, é caminho para entender o desafio de construir uma nação soberana, desenvolvida e com justiça social para seu povo.
Quis o destino que, juntamente neste ano, o Brasil vive os maiores retrocessos de sua história. Conquistas trazidas por séculos de lutas são tiradas pela conjunção de forças conservadoras das elites que encontraram no governo Bolsonaro, na maioria do Congresso e em setores do Judiciário a força para implantar um projeto de traição nacional.

Assim, cabe às forças democráticas e patrióticas a defesa da soberania, da democracia, do patrimônio público e dos direitos do povo, permanentemente ameaçados.

Na última semana, coube aos trabalhadores e à bancada do PT na Câmara dos Deputados lutar pelo impedimento da privatização da Eletrobras, proposta pelo governo e aprovada pela maioria do Congresso e em análise pelo Tribunal de Contas da União. Os entreguistas querem internacionalizar a maior empresa energética da América Latina.

Se concluído o processo, nossa energia vai ser entregue às forças estrangeiras, assim como foi feito com nosso petróleo que, após o Golpe de 2016, passou a ter sua exploração dominada por petrolíferas de outros países. Agora, o mesmo acontece em processo acelerado com as riquezas minerais, subtraídas pelos colonizadores desde os tempos dos inconfidentes.

No último período, a extração avançou sobre terras amazônicas e aldeias dos povos indígenas, onde mineradoras norueguesas, britânicas, chinesas e de outros países ocupam quilômetros de terras, explorando madeira, minério, gado. A Amazônia brasileira está cada vez mais internacionalizada.

O desafio dos brasileiros é intensificar a resistência e aglutinar forças populares, progressistas e nacionalistas para construir uma travessia para um novo tempo, retomando o projeto nacional de desenvolvimento soberano.

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