Na série sobre as candidaturas à Prefeitura de Belo Horizonte, hoje é dia de falar de Alexandre Kalil (PSD), que foi confirmado por seu partido em convenção e já registrou sua candidatura na Justiça Eleitoral. Como no caso dos demais, o objetivo é falar de desafios, estratégias, pontos positivos e pontos negativos da candidatura.
Em relação aos pontos positivos, é bom destacar que Alexandre Kalil começa a corrida eleitoral bem à frente dos demais nas pesquisas. Isso, claro, permite que ele já comece a tratar de temas e propostas e defenda sua gestão, enquanto os outros ainda precisam se apresentar, entrar em evidência no grupo de mais de 16 candidatos e buscar uma polarização com o prefeito. É uma vantagem e tanto e que, em um primeiro momento, chega a fazer alguns analisarem ser possível até tentar vencer no primeiro turno. O que é difícil, claro, considerando a quantidade de candidaturas.
As mesmas pesquisas mostram também que o prefeito tem a administração bem avaliada, principalmente quando é comparada com a do governador Romeu Zema (Novo) e a do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Inclusive na questão da pandemia, que é uma natural dor de cabeça para todos os prefeitos que disputam o cargo. Apesar de focos de resistência, a estratégia adotada por Kalil tem apoio da maioria da população.
O prefeito também conta, claro, com as naturais vantagens de quem disputa a reeleição. Após quatro anos de prefeitura, é natural que o político enfrente menos medo e desconfiança. Quando o eleitor tem dúvidas, ele costuma não arriscar. E, assim, quem está já no cargo leva vantagem. Pode mostrar realizações, tem já a infiltração de seus aliados nas regiões da cidade e consegue mais facilmente agregar aliados. Tanto é assim que a coligação é grande e forte desta vez.
Mas nem tudo são flores para Kalil, claro, como não são para os demais candidatos. O principal desafio para o prefeito é ser o grande alvo dos adversários. A tendência é que apanhe todo o dia dos demais concorrentes. Não apenas por estar em primeiro nas pesquisas, mas pois é sua administração que está em debate. Se o que ele fez foi suficiente ou não. Os adversários não vão perdoar promessas não cumpridas e vão comparar o que foi apresentado em 2016 e o que de fato se concretizou.
Inclusive, Kalil vai ter que reconstruir o discurso. Aquele de 2016, do outsider que ia tirar os políticos de seus cargos não vale mais. Agora Kalil é político, tem uma coligação enorme e com partidos tradicionais, como o MDB. Tem que buscar outros argumentos para convencer o eleitorado a manter a escolha.
Por fim, Kalil também tende a sofrer críticas pelo que alguns consideram uma postura autoritária e truculenta. Na questão da pandemia essa crítica se acentuou, principalmente por parte de agentes econômicos, como comerciantes, donos de bares... A avaliação de parcelas desse setor é a de que o prefeito não dialogou o suficiente. Isso, claro, será usado por seus adversários na corrida eleitoral que se inicia.