Opinião

Chamamento ao bom senso

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) acerta ao pedir moderação aos responsáveis pelas manifestações do próximo dia 26

Por Ricardo Corrêa
Publicado em 24 de maio de 2019 | 08:02
 
 
 
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O presidente Jair Bolsonaro (PSL) acerta ao pedir moderação aos responsáveis pelas manifestações do próximo dia 26, enfatizando que quem defende o fechamento do Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) está nos atos errados. É o mínimo que se espera do presidente da República que, no passado, já insuflou esse tipo de pensamento.

A liberdade de opinião e de manifestação deve ser incentivada. O governo, portanto, não tem que pedir para que seus aliados deixem de comparecer às ruas em defesa de suas ideias. Mas chama-los ao bom senso e à racionalidade é fundamental.

Um país não prospera na ditadura em tempos modernos e uma medida diferente dessa tomada pelo presidente o colocaria no mesmo patamar de Nicolás Maduro, para ficar em um exemplo próximo.

É importante realçar que congressistas, assim como o presidente, também foram eleitos e representam os cidadãos que depositaram seus votos nas urnas. Atentar contra o legítimo direito de que votem conforme seus entendimentos é desrespeitar a democracia. Nenhum parlamentar é obrigado a votar conforme o interesse do governo. Podem, porém, ser pressionados a ouvirem a vontade do povo.  Por isso, a manifestação é válida, mas o excesso deve ser coibido.

Bolsonaro sabe que há radicais entre os que se mobilizam para participar dos atos. Um caminhoneiro, por exemplo, defende abertamente sitiar o Congresso impedindo que parlamentares entrem ou saiam do local. Isso tem o mesmo efeito de fechar o Parlamento. Mas o presidente não ganha nada com isso, afinal não se governa sem aprovar leis. Por isso, Bolsonaro vacina-se ao deixar claro que não apoia medidas antidemocráticas. O Brasil só vai sair da atual situação de penúria se houver algum tipo de concertação, que envolva todos os poderes e a sociedade civil organizada.

Ouça a opinião do editor de política de O Tempo, Ricardo Corrêa:

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