Se 2019 foi um ano de tirar o fôlego na política, de tantos acontecimentos, polêmicas e grandes debates, 2020 não deve ser nada diferente. Há combustível suficiente para um ano bastante agitado nos três níveis de governo.

Na esfera federal, o Congresso tem pela frente discussões complexas. A da prisão em segunda instância, as reformas tributária e administrativa e a PEC paralela para incentivar a adesão de Estados e municípios às mudanças na Previdência são alguns exemplos. 

No âmbito judicial não será diferente. Entre os muitos assuntos em discussão estão a possibilidade de candidaturas avulsas nas eleições e a suspeição do ministro Sergio Moro nos processos envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Supremo Tribunal Federal.

Também na esfera estadual o ano promete. O governo de Minas precisa fazer a operação de venda dos recebíveis do nióbio, em meio às desconfianças do Ministério Público de Contas. Além disso, vai tentar aprovar na Assembleia a autorização para aderir ao regime de recuperação fiscal e a venda da Codemig. Em um segundo momento, pode enviar também os projetos bem mais complexos de venda da Cemig e da Copasa.

Por fim, mais do que em qualquer outro ambiente, é nos municípios que a política vai esquentar. Afinal, vem aí as eleições de 2020 que trazem incógnitas. A primeira é saber se a onda da antipolítica surgida na última disputa e que ajudou a eleger governadores e deputados de fora do circuito vai manter-se forte agora de forma pulverizada. A segunda, é saber qual o impacto do fim das coligações proporcionais tanto na formação de alianças como no resultado das disputas para os Legislativos. Assunto e polêmica, com certeza, não vai faltar. Que o nível do debate, porém, melhore nesse período para o bem da democracia.