Os números da pesquisa do Atlas Político divulgados nesta semana apontam que o presidente Jair Bolsonaro conseguiu, no mínimo, estancar a perda de popularidade frequente registrada nos meses anteriores. E isso coincide com o momento em que ele optou por ficar mais recolhido, sem entrar em choque com os demais Poderes, participar de manifestações ou mesmo insuflar a claque que aparece todo dia diante do Palácio da Alvorada.
Tanto a aprovação quanto a avaliação de governo até registraram uma pequena melhora, dentro da margem de erro. O apoio ao impeachment, embora ainda alto, recuou fora da margem de erro, o que pode indicar que, em silêncio, Bolsonaro é mais tolerado pela população. Talvez parte do eleitorado ache que, se o presidente se contiver, vale a pena esperar as próximas eleições para discutir o comando do país.
Chamou a atenção a reação de Bolsonaro, ou mesmo a sobrevida do presidente, justamente após a prisão de Fabrício Queiroz, que foi assessor de gabinetes da família ao longo de décadas. A aposta geral no meio político era a de que Bolsonaro sofreria desgaste com o caso. Não aconteceu justamente pelo fato de que a prisão de Queiroz foi a senha para o presidente se recolher.
A pesquisa também traz notícias ruins para o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Após ver sua impopularidade diminuir no início da pandemia, o tucano perdeu boa parte da recuperação nos dois últimos meses. Hoje, considerando-se o saldo das avaliações positivas e negativas, Doria tem a pior situação entre todos os líderes políticos citados na pesquisa. Por esse aspecto, ele tem menos força política hoje que Lula e Bolsonaro, para ficar em dois bastante rejeitados nas últimas pesquisas. Isso fará grande diferença na disputa eleitoral de São Paulo, já que Doria era o cabo eleitoral mais importante da disputa no Estado.