A proposta da reforma da Previdência saiu da comissão melhor do que o governo merecia, considerando a péssima articulação realizada. Nos últimos dias, o Executivo mais atrapalhou do que ajudou a arrumar votos. Chegou ao absurdo de o presidente tentar enfraquecer a proposta, mudando regras para setores específicos. A Câmara, porém, não topou. E ficou mais claro que o texto aprovado, embora enviado por Paulo Guedes, é mais de Rodrigo Maia do que de Jair Bolsonaro.
No fim das contas, ainda que Bolsonaro não tenha tido seus seis meses de lua de mel, como é comum aos governantes recém-eleitos, a reforma caminhou muito bem. Se a votação for concluída em dois turnos na Câmara ainda antes do recesso, o resultado terá sido melhor do que o mercado esperava. A nota triste é a exclusão dos Estados e dos municípios. Enquanto isso, a oposição parece ter perdido a guerra da comunicação dessa vez. Não houve mobilização relevantes para impedir o avanço da proposta e as pesquisas de opinião mostram que a antiga impopularidade da proposta evaporou, conforme estava se desenhando.
EM BH
Já em Belo Horizonte, a aprovação em primeiro turno de um projeto que limita a aglomeração de pessoas em eventos a 200 metros de igrejas e hospitais pela Câmara Municipal é daquelas que assusta as pessoas comuns pelas óbvias consequências que traz. Parece não ter sido debatida suficientemente. Agora, alguns dos autores falam em apresentar emendas para mudar o texto no segundo turno. Do jeito que está, impediria eventos no parque Municipal, na praça Sete e na maioria das praças de bairros, perto de onde sempre tem alguma igreja. Carnaval, então, nem se fala. E tudo isso tem uma consequência que vai além da redução das oportunidades de lazer: perda de dinheiro para o município.
Além disso, já falamos recentemente aqui da quantidade de projetos que a Câmara aprova e que são vetados por inconstitucionalidade. Esse parece ir para o mesmo caminho.
Ouça o comentário do editor de Política Ricardo Corrêa: