O ano legislativo começa hoje em Brasília com as atenções voltadas para as duas pautas mais importantes para as contas públicas no país atualmente: as reformas tributária e administrativa. Pena que o governo federal, principal interessado na segunda, e indutor necessário da primeira, ainda não tenha enviado seus textos, a despeito da pressa que o país tem para realizar esses dois importantes debates. Mas isso deve começar a mudar ainda neste mês, quando a reforma administrativa deve ser anunciada e a primeira parte da tributária deve ser revelada.
Com um ano absolutamente comprometido pela disputa das eleições municipais no segundo semestre, se essas duas reformas avançassem já seria um enorme feito para o governo, que conseguiu ver a reforma da Previdência aprovada no ano passado. Com as três e mais um debate sério sobre o Pacto Federativo, a equipe econômica terá concluído com êxito as alterações estruturais mais importantes que se esperavam dela.
De outro lado, será também um grande ganho se a retrógrada pauta de costumes do governo ficar para trás. A pressão por eles, principalmente em ano de campanha, vai aumentar, mas como o governo não tem base no Congresso e só consegue aprovar aquilo que o presidente Rodrigo Maia e o centrão também desejam, esses temas de fora do cenário econômico vão ficar de fora.
Enquanto isso, em Minas, após um ano de altos e baixos, o governo deve enfrentar um jogo duríssimo para aprovar a venda da Codemig ou a adesão ao pacote de recuperação fiscal, por exemplo. Principalmente após prometer pagar o salário de todo o funcionalismo depois da aprovação da venda dos recebíveis do nióbio, o que não ocorreu. Estamos em fevereiro e o leilão que aconteceria em dezembro ainda não tem nada para ocorrer. Os deputados, certamente, vão cobrar o governo por isso.