O vídeo postado ontem na conta do presidente da República, muito provavelmente postado pelo filho de Jair Bolsonaro, o vereador fluminense Carlos, depois apagado após a repercussão negativa, indica que a família presidencial se sente acuada e pressionada. Ao mostrar um leão sendo atacado por hienas e precisando de ajuda para escapar de ser devorado, Bolsonaro (ou seu filho), indicou que precisa de ajuda para escapar de uma deposição.
É chocante perceber isso com apenas dez meses de governo e exatamente um ano depois de o presidente ser eleito com quase 58 milhões de votos dos brasileiros. Denota uma fraqueza que, até então, o presidente não tinha demonstrado tão claramente.
Na lista dos inimigos apresentados pela família Bolsonaro estão de instituições como ONU, STF e CNBB a partidos políticos da oposição, obviamente, e até mesmo a própria legenda do presidente. Há ainda organizações civis, como a OAB e ONGs diversas e até aqueles menos ligados a um lado ou outro do espectro ideológico, a quem os bolsonaristas costumam chamar “isentões”.
Chama a atenção a sensação de aparente isolamento considerando que, em meio a enormes dificuldades no campo político e algumas trapalhadas de ministros, o governo colhe alguns frutos na pauta econômica. Imagine-se então como seria se a reforma da Previdência não tivesse passado e se não houvesse uma enorme confiança de que Paulo Guedes consegue dar um jeito, ao menos a médio prazo, no pífio crescimento do país.
Aliás, o texto que introduz o vídeo do leão atacado pelas hienas cita Chile, Argentina, Bolívia, Peru e Equador. Dos casos citados aí, temos Argentina e Bolívia com vitórias eleitorais da esquerda, Chile e Equador com presidentes ameaçados por revoltas populares e o Peru com um presidente que fechou o Congresso e teve o apoio da população. O texto resumia: “Mais que a vida, a nossa liberdade”. É quase um chamamento ao combate. Literal?