Samuel Viana questiona o não cumprimento do acordo de líderes por parte do PL

O deputado federal Samuel Viana (PL) questionou o não cumprimento do acordo firmado pelo colégio de líderes pela maioria dos parlamentares do seu partido. Segundo ele, o acordo tinha o objetivo de votar a favor do regime de urgência para que o Projeto de Lei 2.630/20, conhecido como o PL das Fake News, fosse colocado em votação na próxima semana na Câmara Federal.

Durante a reunião do colégio de líderes, o deputado de primeiro mandato disse que a oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), incluindo o PL, não concordava com sete propostas do PL das Fake News. "Para que o regime de urgência fosse votado, esses sete pontos deveriam ser tirados do texto final do projeto", disse Viana. Segundo o parlamentar, o relator do projeto, deputado Orlando Silva (PCdoB/SP), concordou de imediato em retirar cinco dos sete pontos com os quais a oposição não concordava.

"Ficou combinado que se votaria o regime de urgência uma vez a maioria das demandas da oposição foram acatadas. Porém, o líder do partido, na hora da votação do regime de urgência, acabou votando contra, bem como a maioria dos deputados do PL. Eu votei a favor porque, para mim, acordo deve ser cumprido", afirmou Viana durante entrevista para o programa Café com Política da Rádio Super 91,7 FM, nesta sexta-feira (28/4). O líder do PL na Câmara é o deputado Altineu Côrtes (PL/RJ).

Apesar do acordo na reunião do colégio de líderes, dos 86 deputados federais do PL, apenas seis votaram a favor do regime de urgência para se votar o PL das Fake News: Yuri do Paredão (CE), Robinson Faria (RN), Luciano Vieira (RJ), Junior Lourenço (MA), Icaro de Valmir (SE) e Samuel Viana. Apesar disso, o parlamentar disse que não pretende sair do PL e ressaltou que foi muito recebido no partido.

Embora a oposição não tenha cumprido o acordo de líderes, a Câmara dos Deputados aprovou, na última terça-feira (25), por 238 a 192, o pedido de urgência para votação do PL das Fake News. Agora aprovado, o texto deve ser votado de maneira mais célere, o que deve acontecer na próxima terça-feira (2/5).

Ataques nas redes sociais

O deputado contou que, depois de ter votado a favor do regime de urgência, foi atacado nas redes sociais. "Em mensagens falsas, divulgaram que eu votei a favor do PL da Censura, mas o projeto das Fake News nem está em votação ainda. O que foi votado foi o regime de urgência", explicou Samuel Viana, que se posicionou favorável à regulamentação do que pode ou não ser divulgado nas redes.

Samuel Viana se classifica como um parlamentar de centro com viés de direita, principalmente no que diz respeito às pautas de costumes. Segundo o deputado é preciso debater mais e votar o PL das Fake News porque, "se o Legislativo não definir o que é ou não fake news, o Judiciário fará isso, como vem sendo feito".