Estado

Secretário adjunto de Saúde diz que desempenho de exonerados era ‘ineficiente’

Luiz Marcelo Cabral Tavares afirma que empregados desligados, ao saberem que seriam exonerados, tentaram uma manobra de vitimização

Por Thiago Alves
Publicado em 06 de março de 2020 | 03:00
 
 
 
normal

O secretário de Estado Adjunto de Saúde de Minas Gerais, Luiz Marcelo Cabral Tavares, disse que os 15 funcionários da Subsecretaria de Inovação e Logística da Saúde, exonerados na quarta-feira, 4, estavam com desempenhos ineficientes.

“Tem um plano de desenvolvimento de líderes em que os secretários, secretários adjuntos e os subsecretários têm participado e que serve como uma métrica de desempenho dos servidores. Há pelo menos um mês, a gente já sinalizava o desempenho ineficiente dos servidores da subsecretaria”, revelou.

De acordo com Tavares, os empregados desligados, ao saberem que seriam exonerados, tentaram uma manobra de vitimização ao solicitar na unidade de Recursos Humanos a exoneração a pedido. 

“O secretário (de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral), por uma atitude de nobreza, e eu, nos incumbimos de conversar com eles antes, de dar a eles a notícia de que o trabalho não estava sendo realizado a contento. Eles, sabendo de antemão que essas exonerações seriam levadas a efeito, se anteciparam para tentar, a meu ver, talvez por imaturidade, fazer com que as exonerações fossem a pedido. Mas não foram. As exonerações foram feitas por iniciativa do secretário e pelo desempenho ineficiente dos servidores”, afirmou.

Sobre a denúncia de compra antecipada de medicamentos para atender decisões judiciais que ainda não haviam sido expedidas, Tavares negou a operação de forma taxativa. “Essa alegação não se justifica. Só quando chega a decisão judicial é que nós podemos fazer a compra”, disse.

A alegação dos exonerados de que o Estado não está preparado para conter uma possível epidemia do novo coronavírus também foi descartada pelo gestor.

"Infelizmente, essa é mais uma atitude decorrente de imaturidade (dos exonerados) que não se sustenta. Para tranquilizar a população mineira, não há qualquer problema e não haverá qualquer problema com o enfrentamento ao coronavírus, inclusive no que se refere a fármacos. O estoque que a gente tem hoje para dengue e influenza, que é uma espécie de gripe parecida com o coronavírus, é suficiente para o atendimento", garantiu. 

Ele também criticou o ato realizado na última quarta-feira, 4, na Cidade Administrativa, pelos servidores exonerados. "Eles não revelaram qual era o propósito de reunir os servidores. A partir do momento que tinham todos reunidos, eles fizeram alegações em relação a todos da saúde de 'firuleiros' e que não trabalhavam nada. E que, na verdade, quem carregava a secretaria eram eles. Sendo uma subsecretaria, que é de atividade meio, causa perplexidade achar que a atividade meio vai ser mais importante que a atividade fim. Esses servidores exonerados são todos especialistas em políticas públicas e governamental. A formação deles é através, infelizmente, da Fundação João Pinheiro, que é uma fundação respeitada e que faz um trabalho espetacular para o Estado", lamentou.

Outro lado

O ex-subsecretário de Inovação e Logística da Saúde, Bruno Carlos Porto, refutou as declarações de Tavares de que ele e o trabalho da subsecretaria seriam ineficientes. 

“Eles (SES-MG) não têm nenhum documento que comprove a versão deles. (Estamos) nos sentindo muito mal por estarem divulgando essa versão na imprensa sem nenhuma comprovação. As acusações imputadas se dão pelo estrito cumprimento à legislação vigente, o que não caracteriza burocratização, mas simplesmente o cumprimento das normas legais que devem ser seguidas pelos servidores”, alega.

Porto encaminhou à reportagem um documento contendo o seu resumo de avaliação de desempenho, com data de dezembro do ano passado, em que ele alcança 99,76% na avaliação, em um máximo de 100%.

O ex-subsecretário disse que os funcionários exonerados estão sofrendo episódios de assédio moral por parte da SES-MG.

“Neste momento, a secretaria deveria envidar (focar) esforços para economizar recursos e prestar melhores serviços aos cidadãos, e não ficar discutindo permanência ou não de uma equipe na secretaria. O episódio de assédio moral sofrido pelos servidores que estão saindo demonstra a falta de foco e de que a saúde não é prioridade, o que reforça nossa motivação para seguir outros caminhos de carreira”, afirma.

 

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!