Força-tarefa

Segovia nega Lava Jato fraca

Diretor geral da PF diz que ritmo foi reduzido devido às férias e às trocas nos comandos dos Estados

Por Ana Luiza Faria
Publicado em 31 de janeiro de 2018 | 03:00
 
 
 
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O diretor geral da Polícia Federal (PF), Fernando Segovia, afirmou na terça-feira (30) em Belo Horizonte que não houve nenhuma diminuição da força-tarefa da operação Lava Jato, apesar de, desde que assumiu o cargo mais alto do órgão no Brasil, no fim do ano passado, não ter sido divulgada nenhuma nova fase da investigação. De acordo com Segovia, o motivo do ritmo lento da Lava Jato nos últimos meses se deve às substituições de comando nos Estados e ao período de férias. Ele garantiu que, em breve, serão divulgados novos fatos da operação.

“O que houve foi uma queda natural pela substituição dos comandos dentro dos Estados, e isso tudo acompanhado pelo período do Natal, normalmente de férias. Há uma queda do efetivo nesse período, mas as investigações ainda continuam, e a gente vai ver frutos logo no país”, afirmou em entrevista coletiva na cerimônia de posse do novo superintendente da PF em Minas, Rodrigo Melo Teixeira.

Sobre as investigações que deram sustentação à condenação do ex-presidente Lula, Segovia negou questões políticas. “O trabalho da PF sempre foi técnico e profissional”, afirmou.

Ele disse que esteve na segunda-feira (29) com o presidente Michel Temer (MDB) para conversar sobre uma participação mais efetiva do órgão no combate à criminalidade e falou da possibilidade de criar uma “PF fardada” para auxiliar nesse processo. “Falamos do enfrentamento à criminalidade, da questão da guarda nacional que o presidente está estudando para implementar no Brasil. Eu falei da contribuição que seria a Polícia Federal fardada, que poderá ser criada para auxiliar nessas ações de criminalidade transnacional no país”, disse.

Segovia reafirmou que a PF vai trabalhar para concluir as investigações de 273 inquéritos envolvendo pessoas com foro privilegiado que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo ele, o objetivo é concluir essas investigações antes das eleições, para que esses políticos não entrem na corrida presidencial.

Para conseguir bater essa meta, Segovia afirmou que o órgão fez um planejamento, com alocação de recursos pessoais e físicos. O diretor geral contou que apenas 15% dessas investigações são relacionadas à operação Lava Jato.

O novo superintendente da PF em Minas afirmou que a atuação da corporação em relação a esses processos que tramitam no STF se dará de maneira “protocolar” e que a instituição vai trabalhar de forma integrada com outras forças de segurança, como as polícias Militar e Civil e os bombeiros.

O novo superintendente declarou que, entre as prioridades de sua gestão, estão o combate aos crimes de explosão de caixas eletrônicos e de corrupção em Minas. “Eu acho que os grandes desafios – e a Polícia Federal faz parte do contexto – são de clamor nacional. Então vamos priorizar os crimes violentos e o combate à corrupção. Esses são dois carros-chefes da PF nesse momento histórico que nós estamos vivendo”, concluiu. 

Queiroz Galvão

Desbloqueio. A defesa do ex-presidente da Queiroz Galvão Ildefonso Colares Filho, que morreu no dia 16 de dezembro aos 69 anos, pede que a Justiça extinga a punibilidade dele e libere os recursos bloqueados.

Morte. A defesa protocolou o pedido na última sexta-feira e informou que o cliente morreu vítima de um câncer no fígado e outras complicações.

Desfecho. Até a publicação desta reportagem, o juiz Sergio Moro não havia respondido ao pedido.

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