ELEIÇÕES 2022

Sem alianças, Ciro Gomes oficializa candidatura à presidência da República

Candidato do PDT concorrerá ao Planalto pela quarta vez e ainda tenta alcançar dois dígitos nas pesquisas

Por Levy Guimarães
Publicado em 20 de julho de 2022 | 15:58
 
 
 
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O PDT oficializou, nesta quarta-feira (20), o nome de Ciro Gomes para ser candidato à presidência da República, na convenção nacional do partido, em Brasília. Ele é o primeiro postulante ao Planalto a homologar a candidatura.

Candidato pela quarta vez, Ciro chega ao período das convenções partidárias sem grandes perspectivas de formar alianças com outras legendas, como também aconteceu em 2018.

Lideranças do PDT ainda alimentam esperanças de uma coligação com o PSD, dirigido por Gilberto Kassab, ou o União Brasil, que tem como pré-candidato Luciano Bivar. Mas admitem que a negociação dificilmente será bem sucedida.

Por isso, o vice da chapa só deve ser anunciado perto do prazo final para as convenções, no dia 5 de agosto. A tendência, como já admite Ciro, é de uma chapa “puro-sangue”, apenas com nomes do PDT e com preferência por uma mulher, repetindo 2018. Na ocasião, a vice foi a senadora Kátia Abreu (TO).

No momento, são cotadas a senadora Leila Barros (DF) e Suely Vilela, ex-reitora da USP. Leila é pré-candidata ao governo do Distrito Federal e a princípio, dará palanque a Ciro na capital do país.

Outro obstáculo enfrentado por Ciro é a estagnação nas pesquisas de intenção de votos. Em diferentes levantamentos, ele aparece com cerca de 6% a 8%, patamar que mantém desde o início do ano. Mesmo se mantendo em terceiro lugar nas pesquisas, segue longe do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Devido aos resultados das pesquisas, Ciro e dirigentes do PDT chegaram a ouvir pedidos de membros do PT - apelidados de “urubus” pelo candidato - para que retirem a candidatura e declarem apoio a Lula já no primeiro turno. Os pedetistas negam que haja a possibilidade

Mudança de slogan

A convenção nacional do PDT também marcará a mudança no slogan oficial da campanha. Em janeiro, no lançamento da pré-candidatura de Ciro Gomes, foi adotado o lema “A Rebeldia da Esperança”. Agora, o slogan será “Prefiro Ciro”.

A alteração tem como objetivo combater o chamado “voto útil”, que tende a favorecer Lula e Jair Bolsonaro, e transmitir a imagem de que no primeiro turno, Ciro seria o candidato ideal.

O receio dos aliados de Ciro é que caso ele continue sem um crescimento expressivo nas pesquisas, eleitores comecem a migrar para Lula, com fim de derrotar Bolsonaro já no primeiro turno

Trajetória política

Esta é a quarta vez que Ciro Gomes será candidato à presidência da República. Em 1998 e 2002, se lançou pelo PPS; em 2018, se candidatou pelo PDT. Nas três ocasiões, foi o terceiro colocado na disputa. No último pleito, teve seu melhor resultado, com 12,47% dos votos.

Ciro, 64 anos, é nascido em Pindamonhongaba (SP), mas construiu sua vida política no Ceará. Após ser deputado estadual na década de 1980, foi prefeito de Fortaleza de 1989 a 1990 e governador do Ceará de 1992 a 1994.

Durante pouco menos de quatro meses no fim de 1994, foi ministro da Fazenda do governo Itamar Franco. Nove anos depois, foi ministro da Integração Nacional do governo Lula, de 2003 a 2006, quando se candidatou à Câmara dos Deputados. Entre 2007 e 2011, teve seu último mandato político, como deputado federal.

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