Defesa

Temer pretende fazer pronunciamento contra 2ª denúncia

O discurso do presidente deve repetir a tese de que o delator Lúcio Funaro mente e não merece credibilidade, assim como as gravações dos empresários da JBS

Por Agência Estado
Publicado em 14 de setembro de 2017 | 09:01
 
 
 
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Na estratégia de rebater uma eventual segunda denúncia a ser apresentada pela Procuradoria Geral da República (PGR), o presidente Michel Temer pretende fazer um pronunciamento político assim que a peça for apresentada. De acordo com um de seus auxiliares, ele deve subir o tom do discurso.

No campo jurídico, Temer sofreu nessa quarta-feira (13) duas derrotas no Supremo Tribunal Federal (STF): a Corte rejeitou declarar como suspeito o procurador geral Rodrigo Janot e adiou para a próxima semana a suspensão de uma eventual segunda denúncia.

Com isso, a Justiça deixou aberta uma janela para que Janot denuncie Temer novamente antes do fim de seu mandato na PGR. Temer participa da solenidade de posse da nova procuradora geral, Raquel Dogde, na manhã de segunda-feira (18) antes de viajar para os Estados Unidos.

O discurso do presidente deve repetir a tese de que o delator Lúcio Funaro mente e não merece credibilidade, assim como as gravações dos empresários da JBS. Janot também deve ser alvo. A ideia é dizer que o procurador geral se aproveita de Funaro para deixar um legado e tentar salvar sua imagem depois da divulgação de uma foto em que aparece sentado à mesa em um bar de Brasília ao lado do advogado Pierpaolo Bottini, que atua para a JBS.

Assessores de Temer dizem acreditar que Janot tentará vincular as declarações de Funaro a de outros delatores para acusar Temer de atuar, de forma contínua, em uma organização criminosa. Assim, conseguiria justificar a denúncia, porque os fatos relatados pelo corretor são anteriores à data em que o peemedebista assumiu a Presidência.

Temer repetirá, com essa estratégia, o que fez por ocasião da primeira denúncia contra ele. No fim de junho, ele afirmou que a acusação era uma "ilação" da Procuradoria e mirou no ex-procurador da República Marcelo Miller, que auxiliava Janot e teve um pedido de prisão negado pelo Supremo, dizendo que recebera "milhões" para sair do Ministério Público e trabalhar na defesa do frigorífico JBS. O presidente chegou a insinuar que o dinheiro não fosse unicamente para Miller e que poderia ter beneficiado Janot, embora tenha negado essa intenção.

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