Prazo

Transição aguarda documentos

De acordo com a lei, gestão Pimentel tem uma semana para entregar relatórios à equipe de Romeu Zema

Por Bruno Mateus
Publicado em 13 de novembro de 2018 | 03:00
 
 
 
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O governo de Fernando Pimentel (PT) tem uma semana para disponibilizar à equipe de transição do governador eleito ao Palácio da Liberdade, Romeu Zema, do Novo, um conjunto de documentos que auxiliará as atividades nesse período e tem o objetivo de traçar um diagnóstico sobre a conjuntura socioeconômica de Minas Gerais.

Segundo o vereador e coordenador da equipe de transição de Zema, Mateus Simões (Novo), eles dizem respeito a três áreas: situação financeira, de estrutura de pessoal e das políticas públicas do Estado. O prazo é estipulado por lei e vence no dia 19 para um dos requerimentos e, no dia 20, terça-feira próxima, para o restante. No total, são 33 solicitações.

Simões disse que a relação com os petistas tem transcorrido com normalidade, sem nenhum impedimento ou empecilho por parte do governo. O vereador, que está licenciado de suas funções parlamentares na Câmara Municipal desde que assumiu o comando da equipe de transição, acrescentou que os documentos poderão revelar resultados insatisfatórios e ponderou que somente na próxima semana é que um julgamento mais profundo poderá ser feito.

“Vamos aguardar para ter certeza de que tudo que pedimos será entregue. Até agora, nada nos foi negado, mas só na próxima terça é que poderemos ter avaliação concreta sobre a real situação do Estado. As informações mais críticas chegarão na terça-feira. Estamos nos preparando”, avaliou.

Farpas

No último domingo, o deputado federal Odair Cunha (PT), que atuou como um dos coordenadores em parte da campanha de Pimentel à reeleição, disse, por meio de seu Twitter, acreditar na honestidade intelectual do governador eleito, mas questionou a postura de Zema, que “tem afirmado que Pimentel não revela os números de Minas”. Cunha indagou: “Qual ofício ele fez que não foi respondido?”.

A declaração deu brechas para se pensar que há um clima nada amistoso entre petistas e integrantes do Novo, o que é rechaçado por Mateus Simões: “Da nossa parte, nenhum atrito, do PT também não, mas o secretário demonstrou um incômodo no tuíte dele”.

O coordenador da equipe de transição de Zema comentou que, no entanto, ele não se preocupa em validar o governo Pimentel e aproveitou para criticar a gestão petista no Estado.

“Estamos concentrados na avaliação dos dados, e nos parece evidente que a administração feita até aqui não atendeu os anseios da população de Minas, tanto que o governador não foi sequer para o segundo turno, tal o descontentamento dos eleitores”, finalizou.

Definições

Transição. Segundo Mateus Simões, a intenção é definir os nomes da equipe de transição ao longo do mês de novembro, para, em dezembro, “começar os trabalhos e as transições temáticas”.

 

Comissão vai tratar do Mineirão

Entre outros assuntos que estão na pauta da equipe de transição de Romeu Zema (Novo), a situação do estádio Mineirão deverá ser analisada pela equipe do governador eleito.

Isso porque o vice-presidente de futebol do Cruzeiro, Itair Machado, vem negociando para que o clube se torne responsável pela administração do estádio, atualmente sob a tutela da concessionária Minas Arena.

De acordo com o dirigente, um ofício já foi transmitido ao governador Fernando Pimentel (PT), mas as negociações não avançaram em função do calendário eleitoral. Machado disse que pretende procurar Romeu Zema para, junto ao governo do Estado, balizar a viabilidade do intento.

A assessoria de imprensa de Zema esclareceu, em nota, que ele ainda não foi procurado pela diretoria celeste e que, assim como as questões referentes à parte de Recursos Humanos do Estado, “os contratos de cessão de espaços públicos, como o Mineirão, serão objeto de análise do trabalho da equipe de transição. O governo eleito vai aguardar até que haja a conclusão do levantamento para se pronunciar sobre o tema”.

Gestora do Mineirão, a Minas Arena é uma concessionária de empresas de engenharia. Essa Parceria Público-Privada (PPP) tem contrato vigente até 2037, com possibilidade de prorrogação para até 2045.

De acordo com Machado, tal entrave pode ser superado mediante pagamento de uma multa que estaria na casa dos R$ 400 milhões. O vice-presidente do clube sugere que, mesmo com o empecilho, seria uma iniciativa vantajosa para o Estado. (Alex Bessas e BMa)

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